Political narratives on solidarity during the covid-19 pandemic
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2025.v57.i3.a63962Keywords:
Solidarity, Pandemic, Anthropology of Politics, Social Movements, Periphery.Abstract
This article aims to analyze the narratives and solidarity practices of members of the Movement of Workers for Rights in a peripheral and poor community of Belo Horizonte – Pedreira Prado Lopes – during the covid-19 pandemic. This ethnographic research was developed between 2020 and 2021, based on participant-observation in four Movement of Workers for Rights events; five semi-structured virtual interviews with militants and coordinators of the movement; and the analysis of documents produced by the entity. Based on reflections from studies of urban anthropology and the so-called anthropology of politics, the ethnographic reports, documents and interviews were analyzed to highlight worldviews on politics – thought and lived in the processes of struggle and in solidarity actions. Solidarity was understood as a community strategy for material survival during the crisis, but it was also treated as part of a repertoire of political practices of this group – associated with a certain political project defended by the Movement of Workers for Rights coordination. The discussions and reflections on solidarity actions evidenced values and moralities around the meanings associated with solidarity. The internal divergences about conceptions and practices of solidarity have made explicit the nuances of the process of daily construction of a social movement, in which the ideals of solidarity are directly associated with a shared ideal of collectivity.
Downloads
References
AQUINO, Carlos Roberto Filadelfo de. A coletivização como processo de construção de um movimento de moradia: uma etnografia do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC). 2009. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
AQUINO, Carlos Roberto Filadelfo de. A luta está no sangue: família, política e movimentos de moradia em São Paulo. 2015. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Eleições sob o olhar da Antropologia da Política. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 31., 2018, Brasília, DF. Anais […]. Brasília, DF: ABA, 2018. Disponível em: https://anais.rba.abant.org.br/31rba/trabalho?trabalho=2138. Acesso em: 11 jul. 2025.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Chuva de papéis: ritos e símbolos de campanhas eleitorais no Brasil. v. 2. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1998.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Entre mulheres: jogo de identificações e diferenças em campanhas eleitorais. Candidatos e candidaturas: enredos de campanha eleitoral no Brasil. São Paulo: Annablume, 1998.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Política, oral e cidadania no contexto de atores sociais urbanos. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 32, n. 1/2, p. 41-52, 2001.
BARREIRA, Irlys Alencar Firmo. Representações sobre a política entre lideranças populares: limites e potencialidades de uma ferramenta conceitual. Sociedade e Estado, Brasília, DF, v. 24, p. 767-796, 2009.
BEZERRA, Marcos Otávio. A prática da corrupção no Brasil: um estudo exploratório de antropologia social. 1993. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1993.
BEZERRA, Marcos Otávio. Bases sociais da prática da corrupção no Brasil: Reflexões a partir da análise de “Dois casos de corrupção”. Anuário antropológico, Brasília, DF, v. 18, n. 1, p. 241-289, 1994.
BEZERRA, Marcos Otávio. Estado, representação política e corrupção: um olhar antropológico sobre a formação de fronteiras sociais. Crítica e Sociedade: Revista de Cultura Política, Uberlândia, v. 2, n. 2, p. 64-80, 2012. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/criticasociedade/article/view/21942. Acesso em: 28 fev. 2025.
BOLOGNA, Paula Cristina Corrêa. Narrativas, “espaço” e dádivas. A conformação de um Movimento de luta por moradia. 2018. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
BOLOGNA, Paula. Narrativas, “espaço” e dádivas. A conformação de um Movimento de luta por moradia. 2018. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2018.
CAILLÉ, Alain. Antropologia do dom: o terceiro paradigma. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. A política dos outros. O cotidiano dos moradores da periferia e o que pensam do poder e dos poderosos. São Paulo: Brasiliense, 1984.
CHAVES, Christine de Alencar. A Marcha Nacional dos Sem-Terra: estudo de um ritual político. In :PEIRANO, Mariza. O Dito e o Feito: ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
COMERFORD, John Cunha. Fazendo a Luta: Sociabilidade, Falas e Rituais na Construção de Organizações Camponesas. Rio de Janeiro: Relume Dumará/Núcleo de Antropologia da Política, 1999. (Coleção Antropologia da Política, 5).
COMERFORD, John Cunha. Como uma família. Sociabilidade, territórios de parentesco e sindicalismo rural. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
DENÚNCIA do CNS e CNDH à ONU mostra que negros morreram cinco vezes mais de covid-19 que brancos. Conselho Nacional de Saúde, Brasília, DF, 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/conselho-nacional-de-saude/pt-br/assuntos/noticias/2021/novembro/denuncia-do-cns-e-cndh-a-onu-mostra-que-negros-morreram-cinco-vezes-mais-de-covid-19-que-brancos>. Acesso em: 1 dez. 2021.
DIAS DE ANDRADE, Inácio de Carvalho. Movimento social, cotidiano e política: uma etnografia da questão identitária dos sem-teto. 2010. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
DURHAM, Eunice. A Sociedade vista da periferia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 1, p. 84-99, 1986.
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
FAMÍLIAS Ocupam Prédio em comunidade de BH e denunciam programa habitacional. Brasil de Fato, São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/node/13181. Acesso em: 1 abr. 2019.
FASE RIO DE JANEIRO. La pandemia desde las favelas: desigualdades e injusticias en Río de Janeiro. In: BRINGEL, Breno; PLEYERS, Geoffrey (ed.). Alerta Global. Política, movimientos sociales y futuros en disputa en tiempos de pandemia. Versión digital. Buenos Aires: CLACSO; Lima: ALAS, 2020. p. 123-132.
FIENGO, Carlos. América Latina sob o CoronaChoque: Crise social, fracasso neoliberal e alternativas populares. Instituto Tricontinental, [s. l.], 2020. Disponível em: https://thetricontinental.org/pt-pt/dossie-30-coronachoque-e-america-latina/. Acesso em: 10 fev. 2021.
FIGUEIREDO FILHO, Carolina Barbosa Gomes. Desemprego e organização dos trabalhadores desempregados no Brasil: as políticas da CUT-SP e do MST-SP durante os governos Lula. 2013. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.
GOLDMAN, Márcio. Como funciona a democracia: uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006.
GOLDMAN, Marcio; SANT’ANNA, Ronaldo dos Santos. Elementos para uma análise antropológica do voto. In: GOLDMAN, Marcio; PALMEIRA, Moacir. Antropologia, voto e representação política. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1996, p.13-40.
GUIMARÃES, Berenice Martins. Cafuas, barracos e barracões: Belo Horizonte, cidade planejada. 1991. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Ciências Humanas, Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1991.
HEREDIA, Beatriz. Política, Família, Comunidade. In: PALMEIRA, Moacir; GOLDMAN, Márcio (org.). Antropologia, Voto e Representação Política. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1996. p. 57-72.
JAMUR, Marilena. Solidariedade: uma noção tensionada entre o privado e o público. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 39, n. 3, p. 471-504, 2005.
KUSCHNIR, Karina. Antropologia da Política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007a.
KUSCHNIR, Karina. Antropologia e Política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, [s. l.], vol. 22, n. 64, p. 63-67, 2007b.
MAIOR greve geral da história do país contou com 40 milhões de brasileiros. Brasil de Fato, São Paulo, 2017. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2017/04/28/40-milhoes-param-no-pais-ato-em-sp-reune-70-mil-e-termina-com-repressao-da-pm/. Acesso em: 10 jul. 2017.
MARTINS, Paulo Henrique. A dádiva como sentimento e prática. Desafios do agir amoroso no mundo da vida e dos sistemas. Realis: Revista de Estudos Antiutilitaristas e Poscoloniais, Recife, v. 6, p. 22-49, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/realis/article/view/8853. Acesso em: 28 fev. 2025.
MARTINS, Cristiano; RODRIGUES, Gabriel. Do Belvedere para a favela: casos graves de covid-19 viram problema da periferia. O Tempo, [s. l.], 2020. Disponível em:https://www.otempo.com.br/cidades/do-belvedere-para-a-favela-casos-graves-de-covid-19-viram-problema-da-periferia-1.2381338. Acesso em: 1 abr. 2021.
MARTINS, Paulo Henrique. Solidariedade, ação pública e desafios de uma cidadania democrática e solidária. Revista de Administração Educacional, Recife, v. 4, n. 10, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/ADED/article/view/2295. Acesso em: 28 fev. 2025.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
MTD reafirma compromisso com a luta urbana. Brasil de Fato, São Paulo, 7 maio 2015. Disponível em: https://fld.com.br/todas/2015/mtd-reafirma-compromisso-com-a-luta-urbana/. Acesso em: 20 jun. 2018.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Olhar, ouvir, escrever. In: OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo. São Paulo: Editora UNESP, 1998. p. 13-37
OLIVEIRA, Susan; BITTENCOURT, Gabriela; NASSER, Carolina; RENA, Natacha. Territórios, movimentos populares e universidade: entrelaçando ensino, pesquisa e extensão na Pedreira Prado Lopes. Revista Indisciplinar, Belo Horizonte, v. 5, n. 1, 2019. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/indisciplinar/article/view/32662. Acesso em: 11 jul. 2025.
OLIVEIRA, Susan; CHAGAS, Anderson. Planejamento urbano e participação popular: Pedreira Prado Lopes na vanguarda de políticas urbanas em vilas e favelas. Indisciplinar, Belo Horizonte, v. 6, n. 1, p. 192-233, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/indisciplinar/article/view/26327. Acesso em: 28 fev. 2025.
OLIVEIRA, Wallace. Movimentos conquistam creche na PPL. Brasil de Fato, São Paulo, 10 fev. 2017. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2017/02/10/movimentos-conquistam-creche-na-ppl/ . Acesso em: 1 dez. 2017.
PALMEIRA, Moacir. Voto: racionalidade ou significado? Revista Brasileira de Ciências Sociais, [s. l.], n. 20, p. 26-30, 1992.
PALMEIRA, Moacir. Política, facções e voto. In: GOLDMAN, Marcio; PALMEIRA, Moacir. Antropologia, voto e representação política. Rio de Janeiro: Contra Capa, 1996, p.41-56.
PALMEIRA, Moacir. Os sindicatos no poder: que poder? In: PALMEIRA, Moacir; BARREIRA, Irlys Alencar Firmo (org.) Candidatos e Candidaturas: enredos de campanha eleitoral no Brasil. São Paulo: Annablume, 1998. p.-199-235.
PATERNIANI, Stella. Política, fabulação e a ocupação Mauá: etnografia de uma experiência. 2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.
PATERNIANI, Stella; CARVALHO, Lauro. O “Nós por nós”: solidariedade periférica durante o CoronaChoque. Brasil de Fato, São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/colunista/instituto-tricontinental/2020/07/20/o-nos-por-nos-solidariedade-periferica-durante-o-coronachoque/. Acesso em: 16 fev. 2025.
PEIRANO, Mariza. Antropologia política, ciência política e antropologia da política. In: PEIRANO, Mariza. Três Ensaios Breves. Brasília, DF: UnB, 1997. p. 17-29. (Série Antropologia, n. 230).
PEIRANO, Mariza. Etnografia, ou a teoria vivida. Ponto Urbe, São Paulo, v. 2, p. 1-11, 2008.
PEIRANO, Mariza. Uma Antropologia da Política: Rituais, Representação e Violência. Cadernos do NuAP 1, Rio de Janeiro: Nau Editora, 1998. (Cadernos do NuAP, 1).
PIMENTEL, Thais. Letalidade por covid-19 na periferia de BH é quase sete vezes maior que a média da cidade. G1, Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2020/09/16/morte-por-covid-19-na-periferia-de-bh-e-quase-sete-vezes-maior-que-a-media-da-cidade.ghtml. Acesso em: 1 abr. 2021.
PINHEIRO-MACHADO, Rosana; ALEGRIA, Paula; BULGARELLI, Lucas. Movimentos sociais contemporâneos: Um balanço das produções de teses e dissertações em Antropologia nos últimos dez anos (2008-2018). Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais – BIB, São Paulo, n. 93, p. 1-27, 2020. Disponível em: https://bibanpocs.emnuvens.com.br/revista/article/view/512. Acesso em: 28 fev. 2025.
PINHEIRO-MACHADO, Rosana. Luzes antropológicas ao obscurantismo: uma agenda de pesquisa sobre o “Brasil profundo” em tempos de crise. R@u: Revista de Antropologia da UFSCar, São Carlos, v. 8, n. 2, p. 21-28, 2016. Disponível em: https://rau2.ufscar.br/index.php/rau/article/view/166?articlesBySimilarityPage=2. Acesso em: 28 fev. 2025.
PREFEITURA DE BELO HORIZONTE – PBH (2021). Vilas e Favelas. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/urbel/vilas-e-favelas. Acesso em 10 de janeiro de 2021.
SALES, Mara Marçal. A favela é um negócio a fervilhar: olhares sobre a estigmatização social e a busca de reconhecimento na Pedreira Prado Lopes. 2003. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Faculdade de Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.
SARTI, Cynthia Andersen. A família como espelho: um estudo sobre a moral dos pobres. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 2003.
TEIXEIRA, Carla Costa. Das Bravatas. Mentira ritual e retórica da desculpa na cassação de Sérgio Naya. In: PEIRANO, Mariza (org.). O Dito e o Feito: ensaios de antropologia dos rituais. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/NuAP, 2002a. p. 113-133.
TEIXEIRA, Carla Costa. Retórica de queixas e acusações na derrota eleitoral: o caso Cristovam Buarque no Distrito Federal. In: TEIXEIRA, Carla Costa; BARREIRA, Irlys Alencar Firmo; HEREDIA, Beatriz Maria Alásia de (org.). Como se fazem eleições no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2002b. p. 39-61.
VILLELA, Jorge Luiz Mattar. O povo em armas: violência e política no sertão de Pernambuco. v. 28. Rio de Janeiro: RelumeDumará, 2004.
ZALUAR, Alba. A máquina e a revolta: as organizações populares e o significado da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1985.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Felipe Pinheiro Martins de Paiva

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo da revista Antropolítica, em sua totalidade, está licenciado sob uma Licença Creative Commons de atribuição CC-BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
De acordo com a licença os seguintes direitos são concedidos:
- Compartilhar – copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar – remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial;
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição – Você deve informar o crédito adequado, fornecer um link para a licença e indicar se alterações foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer maneira razoável, mas de modo algo que sugira que o licenciante o apoia ou aprova seu uso;
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.