Homicídios cometidos por mulheres e a relação da pulsão de morte: dando voz às infratoras.
DOI:
https://doi.org/10.22409/vkh8c037Palavras-chave:
violência, feminino, pulsão de morte, psicanálise, homicídioResumo
A violência, como um dos principais problemas de saúde pública, tem sido alvo do interesse científico visando alternativas para lidar contra os efeitos adversos que traz. O presente estudo procura articular o conceito de pulsão de morte na Psicanálise com a atuação violenta por parte do sexo feminino, priorizando a compreensão de estudos teóricos sobre mulheres que cometeram homicídios. Foi realizada uma pesquisa empírica qualitativa descritiva, implementando um roteiro semiestruturado, aplicado via entrevista individual com 08 mulheres, entre 18 e 60 anos, que cometeram homicídios ou tentativas, privadas de liberdade. Percebeu-se que a pulsão de morte manifestada no sadismo ou na agressividade das participantes, poderia ser o fruto de uma subjetividade que é constantemente agredida, reprimida e moldada, a violência obtém significado, forma e singularidade, podendo ser o uso da transgressão um impulso para sobreviver e resistir diante de um constante mal-estar e desamparo internalizado nestas mulheres.
Downloads
Referências
ABRAMOVAY, Miriam. Violencia en las escuelas: un gran desafío. Revista ibero-americana de educación, NOME CIDADE, v. 38, p.53-66, 2005.
ALMEIDA, Rosemary de Oliveira. Mulheres que matam: universo imaginário do crime no feminino. 2000, p.263. Tese de Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Cerará, Fortaleza: 2000.
BARCINSKI, Mariana. Expressões da homossexualidade feminina no encarceramento: o significado de se" transformar em homem" na prisão. Psico-USF, v. 17, p. 437-446, 2012.
BIRMAN, J. Gramáticas do erotismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
CARTWRIGHT, Duncan. Psychoanalysis, violence, and rage-type murder: Murdering minds. Psychology Press, 2002.
CARNEIRO, Cláudia Aparecida; LAZZARINI, Eliana Rigotto. Origens e destinos da feminilidade em Freud e na contemporaneidade. Revista de Estudos Psicanalíticos, v. 34, p. 203-215, 2016.
FREUD, S. Três ensaios sobre a sexualidade, análise fragmentária de uma histeria (“O caso Dora”) e outros textos (1901 - 1905) In: ____. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, v. 6.
FREUD, S. Além do princípio do prazer (1920) In: ____. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 2003, p. 84.
FREUD, S. Obras completas: O Eu e o Id, “Autobiografia” e outros textos. (1923 - 1925) In: ____. Edição Standard Brasileira das Obras Completas de Sigmund Freud. São Paulo: Companhia das Letras, 2011, v. 16.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. Editora Atlas SA, v. 4, p. 175, 2002.
IPEA. Atlas da violência. Acessado em 10 de agosto, 2023 de: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/dados-series/328
JORDÃO, Alexandre Abranches. Narcisismo e autoconservação. Cadernos de Psicanálise-SPCRJ, v. 33, n. 1, p. 19-24, 2017.
KEHL, Maria Rita. Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passagem para a modernidade. Boitempo Editorial, 2017.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário da psicanálise. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2001.
MARTORELLI, Adriana de Melo Nunes. Consumo de álcool e drogas ilícitas, sintomas depressivos e aspectos da sexualidade entre mulheres sentenciadas por crime de homicídio. 2017. Tese (Doutorado em Psiquiatria) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. In: O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 1992. p. 269-269.
OLIVEIRA FRANÇA, Marlene Helena. Criminalidade e prisão feminina: uma análise da questão de gênero. Revista Ártemis, v. 18, n. 1, 2014.
PUC/RIO. O sentimento de culpa sob a ótica Freudiana, s.d. Acessado em 10 dezembro, 2018 de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/13503/13503_3.PDF.
RAINE, Adrian. A anatomia da violência: as raízes biológicas da criminalidade. Artmed Editora, 2015.
RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, p. 76-97, 2006.
RODRÍGUEZ-SHADOW, María J.; RODRÍGUEZ, Lilia Campos. Los estudios sobre la violencia hacia las mujeres: nuevos aportes. Centro de estudios de antropología de la mujer. 2015.
SANTOS, Thalita Mara; ROSENBURG, Eleusa Gallo. Representações sociais sobre a violência em egressos do sistema prisional. Revista Brasileira de Segurança Pública, v. 8, n. 1, p. 94-110, 2014.
SINGULANE, Bianca Aparecida Ribeiro; SILVA, Nayara Baptista; SARTES, Laisa Marcorela Andreoli. Histórico e fatores associados à criminalidade e violência entre dependentes de crack. Psico-USF, v. 21, n. 2, p. 395-407, 2016.
UNODC. Brasil tem segunda maior taxa de homicídios da América do Sul, diz relatório da ONU. Acessado em 10 agosto, 2023 de https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2019/07/brasil-tem-segunda-maior-taxa-de-homicdios-da-amrica- do-sul--diz-relatrio-da-onu.html
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ayvu: Revista de Psicologia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam na Ayvu - Revista de Psicologia concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- A responsabilidade do conteúdo dos artigos é exclusiva dos autores

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.