Homicídios cometidos por mulheres e a relação da pulsão de morte: dando voz às infratoras.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/vkh8c037

Palavras-chave:

violência, feminino, pulsão de morte, psicanálise, homicídio

Resumo

A violência, como um dos principais problemas de saúde pública, tem sido alvo do interesse científico visando alternativas para lidar contra os efeitos adversos que traz. O presente estudo procura articular o conceito de pulsão de morte na Psicanálise com a atuação violenta por parte do sexo feminino, priorizando a compreensão de estudos teóricos sobre mulheres que cometeram homicídios. Foi realizada uma pesquisa empírica qualitativa descritiva, implementando um roteiro semiestruturado, aplicado via entrevista individual com 08 mulheres, entre 18 e 60 anos, que cometeram homicídios ou tentativas, privadas de liberdade. Percebeu-se que a pulsão de morte manifestada no sadismo ou na agressividade das participantes, poderia ser o fruto de uma subjetividade que é constantemente agredida, reprimida e moldada, a violência obtém significado, forma e singularidade, podendo ser o uso da transgressão um impulso para sobreviver e resistir diante de um constante mal-estar e desamparo internalizado nestas mulheres.

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Biografia do Autor

  • Daniel German Ramos Gastaldi, Universidade Estadual Paulista - UNESP

    Formado em Bacharelado de Psicologia pelo Centro Universitário Central Paulista UNICEP, São Carlos, SP. Mestrado em andamento em Educação sexual na Universidade Estadual Paulista, Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara, SP. Participa do projeto de extensão de Altas Habilidades / Superdotação da Faculdade de Ciências, Unesp em Bauru. Membro do grupo de pesquisa Desenvolvimento da identidade e da autoestima em grupos socialmente vulnerabilizados.

  • Marianne Ramos Feijó, Universidade Estadual Paulista - UNESP

    Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (1994), Mestre em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) e Doutora em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2007), com Pós-Doutorado pela UNIFESP (Psicobiologia). Como Professora Assistente Doutora e Supervisora de Estágio ministra disciplinas na graduação e na pós-graduação em Psicologia na Unesp, Bauru. Orienta Mestrado e Doutorado na Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem e TCC na Especialização em Gestão de Pessoas da Unesp em Bauru. É Supervisora do Centro de Psicologia Aplicada e Vice-Coordenadora do CEP - Comitê de Ética em Pesquisas da Faculdade de CIências, da Unesp em Bauru. Realiza Projetos de Extensão (Ativa Parkinson, Enactus, Rede Temática em Saúde Única), colabora como voluntaria no Projeto Colméia/ CEAC. Membro de diferentes colegiados (Curso e Departamento de Psicologia, Congregação, Comissão de Pesquisa e de Extensão da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: familia, orientação profissional, pensamento sistemico, trabalho e mediação de conflitos.

  • Elisângela Maria Machado Pratta, Centro Universitário Central Paulista - UNICEP

    Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, (USP), Mestre em Psicologia por esta mesma instituição, graduação em Bacharel e Formação de Psicólogo pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); docente do Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), no curso de Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia atuando, principalmente, com os seguintes temas: adolescência, família, uso de substâncias, desenvolvimento e atendimento clínico.

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Publicado

2025-12-11

Edição

Seção

Artigos