Negras imagens no semiárido: reposicionando sua produção de sentido

Autores

  • Márcia Guena dos Santos Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Juazeiro
  • Giovandro Ferreira Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.22409/e5qy7p04

Palavras-chave:

Afro-indígenas, Racismo, Imagens de controle, Fabulação crítica, Contracolonialidade

Resumo

 Este artigo tem por objetivo discutir estratégias analíticas que possibilitem o estudo de imagens de pessoas afro-indígenas, produzidas em contextos contracoloniais, em territórios do semiárido baiano. Lançamos mão de conceitos como Améfrica Ladina, representação, e vamos trabalhar com a transmetodologia, que tem possibilitado dialogar com metodologias autoreferenciadas nas epistemologias afro-indígenas, neste caso a fabulação crítica, proposta por Saidiya Hartman, e imagens de controle, por Patrícia Hill Collins. Mantemos o diálogo com Mauad e Verón, a partir da leitura dos signos e da produção de sentido. Para isso, analisaremos as imagens de três mulheres quilombolas. Sustentamos a seguinte indagação:  de que forma as imagens das três ativistas negras podem significar imagens de liberdade?

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Biografia do Autor

  • Márcia Guena dos Santos, Universidade do Estado da Bahia (UNEB) - Juazeiro

    Jornalista (ECA- USP). Mestre pelo em Integração na América Latina (Prolam-USP). Doutora em História pela Universidade Complutense de Madrid (UCM). Pós doutoranda pelo  (POSCOM-UFBA).Atua como Professora do curso de Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus de Juazeiro e como professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em educação Cultura e Territórios Semiáridos (PPGESA-UNEB). Atualmente desenvolve pesquisas no campo da Comunicação, com fotografia, e hierarquias étnico raciais, estudando comunidades quilombolas e religiões de matriz africana no submédio São Francisco, a partir de uma perspectiva afrodiaspórica e decolonial. É coordenadora do Grupo de Pesquisas RHECADOS - Hierarquizações Raciais, Comunicação e Direitos Humanos, da UNEB, cordenou do GP Comunicação Antirracista e Pensamento Afrodiaspórico da Intercom- Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e é Diretora de Cultura da Intercom.

  • Giovandro Ferreira, Universidade Federal da Bahia

    Giovandro Marcus Ferreira é pesquisador bolsista do CNPq e professor na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM-UFBA). Coordena o CEPAD/UFBA - Centro de Estudos e Pesquisa em Análise do Discurso e o CCDC/UFBA – Centro de Comunicação, Democracia e Cidadania. É professor no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura e fez o doutorado e mestrado em Ciências da Informação – Mídia no Instituto Francês de Imprensa e Comunicação (IFP), Universidade de Paris 2 (Panthéon-Assas). Graduou-se em Filosofia pela PUC-MG e em Comunicação Social - jornalismo pela UFES.

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Publicado

2025-08-29