As punições mais humanas da escravidão no Rio de Janeiro urbano
um olhar para a condição de existência do negro na civilização através do açoite
DOI:
https://doi.org/10.22409/kqsj6275Resumo
O presente texto é elaborado a fim de buscar compreender as relações entre a raça e suas punições no Período Joanino. Sendo assim, o recorte temporal se inicia com a chegada de Dom João VI ao Brasil em 1808, e sua permanência no espaço do Rio de Janeiro, sem esquecer a transformação desta cidade colonial para o posto de cidade imperial e capital do Império Português. Tendo em vista tais recortes espaço-temporais, a óptica central na raça e suas punições se dá no entendimento de que a proposição feita também é decorrente da prerrogativa desta transformação da cidade do Rio de Janeiro; pensamos, então, na ordem e no controle público em sua relação com as hierarquias sócio-raciais no período, como efeito. Subsequentemente, tratamos da tangibilidade de algumas ideias inevitáveis quando pensamos este objeto: a modernidade, a ideia de civilização, a escravidão, as conexões atlânticas, as instituições de vigilância, a noção de humanidade, o progresso, a sociedade e os indivíduos dentro deste novo controle social implementado. Sendo assim, busca-se dar ênfase ao papel imposto aos negros e suas formas de sobrevivências em uma cidade imperial na América, entre os anos 1808–1821. Para isso, nessa ocasião, tomaremos como norte as implicações do formato punitivo como fator de condução e construção dos escravizados e suas implicações mutáveis no período delimitado, bem como suas implicações complexas no passado brasileiro.