Ensaios de Geografia
Essays of Geography | POSGEO-UFF
AO CITAR ESTE TRABALHO, UTILIZAR A SEGUINTE REFERÊNCIA:
MOREIRA, Bárbara Fernandes. Da precarização e branqueamento do território à invisibilização dos conflitos, das existências e resistências
vivenciadas pelas comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas em Minas Gerais. Ensaios de Geografia. Niterói, vol. 12, nº 25, e122513,
2025.
Submissão em: 20/12/2024. Aceito em: 04/05/2025.
ISSN: 2316-8544
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Abstract
This article aims to understand to what extent the conflicts experienced by the apanhadoras de flores sempre-vivas
communities, located in the Serra do Espinhaço Meridional, in the regions of the Alto Vale do Jequitinhonha and
Northern Minas Gerais, can be interpreted through the lenses of territorial precarization and whitening, as they are
prevented from carrying out their labor and extractivist activities under the preservationist discourse associated
with the establishment of integral protection conservation units. To substantiate the ongoing debate, we draw on
the concepts of territory, territoriality, deterritorialization, coloniality of power, precarization, and whitening of
territory, connecting them to the discussion on traditionally occupied lands, their interrelations with environmental
policies, and the dynamics, experiences, existences, resistances, and conflicts faced by the apanhadoras de flores
sempre-vivas communities in the Espinhaço Meridional region, specifically in the municipalities of Diamantina
and Presidente Kubitschek in Minas Gerais. This analysis emphasizes a continuous dialogue between theory and
empirical evidence. In this sense, we present the context, experiences, existences, and resistances of the
apanhadoras de flores sempre-vivas communities; we clarify the contradictions of environmental policies as a tool
for the deterritorialization of traditional communities; and finally, we discuss how these policies resonate in the
precarization and whitening of the territories of the apanhadoras de flores sempre-vivas communities.
Keywords
Deterritorialization; Whitening of territory; Environmental policies; Traditional territories; Apanhadores de
flores sempre-vivas.
Resumen
El objetivo de este artículo es comprender en qué medida los conflictos que viven las comunidades apanhadoras
de flores sempre-vivas, que se encuentran en la Serra do Espinhaço Meridional, en las regiones del Alto Vale do
Jequitinhonha y Norte del estado de Minas Gerais, pueden ser interpretados en matices de precarización y
blanqueamiento del territorio, al ser impedidos de realizar sus actividades laborales y extractivas por el discurso
preservacionista con el establecimiento de unidades de conservación de protección integral. Para fundamentar este
debate, son evocados los conceptos de territorio, territorialidad, desterritorialización, colonialidad del poder,
precariedad y blanqueamiento del territorio, conectándolos al debate sobre las tierras tradicionalmente ocupadas,
sus imbricaciones con las políticas y dinámicas ambientales, experiencias, existencias, resistencias y conflictos
vividos por las comunidades de apanhadoras de flores sempre-vivas de la región de Espinhaço Meridional, en los
municipios de Diamantina y Presidente Kubitschek, en Minas Gerais, centrándose en un diálogo constante entre
teoría y empiria. En este sentido, presentanse el contexto, las experiencias, la existencia y la resistencia de las
comunidades de apanhadoras de flores sempre-vivas; se dilucidan las contradicciones de las políticas ambientales
como instrumento de desterritorialización de las comunidades tradicionales; y, finalmente, se discuten cómo estas
políticas reverberan en la precariedad y el blanqueamiento del territorio de las comunidades de apanhadoras de
flores sempre-vivas.
Palabras clave
Desterritorialización; Blanqueamento del territorio; Políticas ambientales; Territorios tradicionales; Apanhadores
de flores sempre-vivas.
Introdução
As reflexões apresentadas ao longo deste artigo foram construídas com o objetivo de
compreender como os conflitos vivenciados pelas comunidades apanhadoras de flores sempre-