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RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
2025.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes - ISSN 2237-1508
(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
Apresentação do Dossiê 28
“Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as transformações da cultura”
William de Goes Ribeiro
1
Flávio Soares Alves
2
Rosenverck Estrela Santos
3
DOI: https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v15i28.67366
Esse dossiê temático se alia ao
movimento global de comemoração
dos 50 anos do Hip-Hop, marco
histórico alcançado em 2023. Trata-se,
portanto, de um necessário tributo a
essa manifestação que mais de
meio século tem transformado a
experiência dos jovens e demais
sujeitos, de diferentes gerações, em
distintas regiões do país, incluindo
cidades, aldeias e outras comunidades,
oportunizando uma produção de
1
Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor Adjunto na Universidade
Federal Fluminense (UFF), atuando nos cursos de graduação em Pedagogia e Geografia e no
Programa de Pós-Graduação em Cultura e Territorialidades (PPCULT/UFF). E-mail:
williamgribeiro@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3940-7492.
2
Doutor em Educação Física e Esporte (USP). Professor Assistente do Departamento de Educação
Física da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Docente do Programa de
Pós-Graduação em Desenvolvimento Humano e Tecnologias e do Programa de Mestrado Profissional
em Educação Física em Rede Nacional. E-mail: flavio.alves@unesp.br. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-1698-6535.
3
Doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Docente do quadro
permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade
Federal do Maranhão (PPGAFRO/ UFMA). E-mail: re.santos@ufma.br. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-7112-2705.
sentidos mais significativa para seus
adeptos.
A ideia é que, muito mais do que
um dossiê, trata-se aqui de uma festa,
ou melhor, de um festival de textos que
gravitam ao redor das diferentes
expressões do Hip-Hop em território
nacional, sem esperar encerrar o
debate ou produzir qualquer pretensão
de totalidade de possibilidades. Assim,
enquanto festa, esse dossiê assume
uma tripla função:
15
RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
1. Oportunizar a aproximação
de diferentes autores e
pesquisadores brasileiros,
que têm em comum a paixão
pelo Hip-Hop como área de
interesse no campo da
produção acadêmico-
científico.
2. Celebrar a face produtiva do
Hip-Hop, isto é, a face que
expõe esse movimento como
um potente significante das
populações periféricas que
encontram no Hip-Hop uma
fonte inesgotável de
produção de sentidos.
3. Resistir e (re) existir, dentro
de um domínio de produção
de conhecimentos
acadêmico-científicos que
ainda reserva pouco espaço
para a difusão desta cultura.
E isso, por si só, é uma
conquista que merece
comemoração e que, em
última análise, nos instiga à
festa!
E por falar em festa, talvez seja
oportuno lembrar que tudo começou
com uma! Referimo-nos aqui àquela
lendária festa de rua (Block party),
organizada pelo DJ Kool Herc e por sua
irmã, Cindy Campbell, em 11 de agosto
de 1973, no bairro do Bronx, em Nova
York. O que poderia ter sido apenas
mais uma festa, dentre outras tantas,
trouxe um diferencial que mudou a
experiência das comunidades
periféricas. Em um mesmo evento se
viu, pela primeira vez, o encontro de
múltiplas linguagens artísticas: o break,
o rap, a música e o grafite.
Desviando da ideia de origem,
ressaltamos que essas diferentes
expressões artísticas existiam
enquanto prática social das populações
periféricas, no entanto, com essa união
oportunizada pelas festas de rua, o que
antes eram apenas construtos culturais
mais ou menos distintos, ganham uma
dimensão atual, marcada pela
hibridização que ampliou sobremaneira
o campo de produção de sentidos,
sobretudo da juventude periférica.
Unindo negros norte-
americanos, imigrantes porto-
riquenhos, cubanos, jamaicanos e
muitos outros moradores das periferias
de Nova York, o Hip-Hop não pode ser
entendido a partir de essencialismos,
mas como parte da produção cultural
diaspórica africana que envolve
imigração, descolocamentos,
territorialização, inspirações, fluxo e
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RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
conexões entre diversos territórios do
Atlântico Negro (Gilroy, 2012).
Como nos informou Manuel
Castells (2006, p.76):
O rap, e não o jazz é o produto
dessa nova cultura, que também
expressa uma identidade, também
está fundada na história negra e
na longa tradição norte-americana
de racismo e opressão social, no
entanto, incorpora novos
elementos: a polícia e o sistema
penal como instituições centrais, a
economia do crime como o chão
de fábrica, as escolas como área
de conflito, as igrejas como
redutos de conciliação, famílias
madrecêntricas, ambientes
depauperados, organização social
baseada em gangues, uso de
violência como meio de vida. São
esses os novos temas da nova
arte e literatura negra nascidos da
nova experiência do gueto.
O Hip-Hop transformou-se numa
referência de resistência, alternativa de
lazer e expressão artística crítica de
uma parte considerável da juventude
norte-americana e, a partir de filmes,
músicas, discos, moda, revistas, foi
chegando em outros países e tomando
conta da forma de fazer arte, se vestir e
se comportar, sobretudo, de dos jovens
que viviam em áreas de desigualdade
social e racial.
A reunião destes elementos foi
tão potente para aquela comunidade
que se disseminou para outras, de
modo que, com o tempo, o Hip-Hop foi
se tornando uma referência ética,
estética, política, cultural e educacional
das populações periféricas ao redor de
todo o planeta, na medida em que
oferecia (e continua oferecendo) um
campo de produção de sentidos mais
intenso e afirmativo, mobilizado não
a despeito das forças de interdição, que
submetem os sujeitos periféricos à
lógica do capital, mas também, e
principalmente, na expressão singular
das forças de criação e resistência, que
dão vez e voz ao potencial de ação
destes jovens (e outros sujeitos de
gerações variadas do movimento), na
constituição de seus processos de
subjetivação.
Na esteira desta ideia, que
coloca o Hip-Hop em um horizonte de
alcance que toca dimensões éticas,
estéticas e existenciais, não demorou
muito para que essa manifestação se
esgueirasse para todas as esferas
sociais, inclusive a científica. Em pleno
ano de 2025, é possível encontrar o
Hip-Hop em diversas áreas de estudos,
tais como: Ciências Sociais, Educação,
Sociologia, Antropologia, História,
dentre outras.
Cabe salientar, no entanto, que
não é recente essa movimentação de
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Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
estudos acadêmicos acerca do Hip-
Hop no cenário nacional. Os primeiros
materiais bibliográficos produzidos no
Brasil envolvendo o assunto datam da
segunda metade da década de 1980,
quando encontramos, por exemplo, a
dissertação de mestrado de Hermano
Vianna, intitulada “O Baile Funk
Carioca”, defendida em 1987 no
Programa de Pós-graduação em
Antropologia Social do Museu Nacional
da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. A referida dissertação deu
origem ao livro intitulado “O Mundo
Funk Carioca”, que teve sua primeira
edição publicada em 1988. Embora
essa obra não trate exatamente do Hip-
Hop, que explora especificamente o
universo dos bailes Funk das periferias
do Rio de Janeiro, ela ajudou a aguçar
o interesse da comunidade universitária
sobre as manifestações da juventude
periférica até então invisibilizadas no
campo da produção acadêmico-
científica brasileira.
Um dos primeiros trabalhos
acadêmicos que exploraram mais
detidamente o Hip-Hop no contexto
nacional, foi a tese de doutorado do
historiador Micael Herschmann,
intitulada “Invadindo a cena urbana dos
anos 1990 Funk e Hip-Hop”, que foi
defendida no Programa de Pós-
graduação em Comunicação e
Sociologia da Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Posteriormente, a
referida tese ganhou uma versão em
livro, intitulado “O Funk e o Hip-Hop
invadem a cena”, cuja primeira edição
data dos anos 2000. É importante
lembrar que esse referido livro foi
indicado como finalista do Prêmio
Jabuti, em 2001, na categoria Ciências
Humanas e Educação, o que revela, no
mínimo, a excelência e o pioneirismo
da obra na promoção e difusão desta
cultura urbana no âmbito da produção
de conhecimentos dentro da
universidade.
Dentro deste espectro de
produções bibliográficas sobre do Hip-
Hop no Brasil, não poderíamos deixar
de lembrar também da publicação
organizada por Elaine Nunes de
Andrade, intitulada “Rap e educação,
Rap é educação”, em 1999, que foi uma
referência bastante significativa, haja
vista que abriu portas para pensar e
destacar o Hip-Hop como um
importante significante no âmbito
educacional, chamando a atenção da
comunidade escolar, particularmente
dos professores, a respeito da
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RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
relevância desta cultura na promoção
do trabalho educativo.
Em meio a outras produções
sobre o tema produzidas dentro e fora
do Brasil, destacamos o livro do
pesquisador norte-americano Marc Hill,
intitulado “Batidas, rimas e vida escolar”
(2014). Tal obra inspirou o debate
sobre o que Hill chamou de Pedagogia
Hip-Hop”, conceito bastante discutido
pela comunidade acadêmica brasileira
na reflexão e inserção do Hip-Hop nas
escolas. Outra contribuição importante
de Hill foi sua visão etnográfica, sobre
o Hip-Hop, desenvolvida a partir de
uma disciplina escolar intitulada
“Literatura Hip-Hop”. A proposta
salientou questões e dilemas naquele
país, ao passo que expôs motivações e
experiências, semelhantes e diversas,
do que poderíamos chamar de
“nossas”.
A partir dos diversos trabalhos
acadêmicos que surgiram foi possível,
por meio das Ciências Humanas,
perceber que a cultura Hip-Hop se faz
atual no cotidiano de jovens pobres e
negros, possibilitando dialogar com
suas formas de captar, aprender,
conceber e interpretar a realidade,
redimensionando valores, projetos,
referenciais históricos, símbolos,
identidades diaspóricas. Assim, ocupa
espaços urbanos e públicos,
enfrentando as perseguições de um
contexto político e social ainda com
forte presença do autoritarismo da
ditadura civil-militar e da presença
sempre marcante do racismo. Alguns
autores e autoras nos ajudaram a
compreender esse fenômeno em fins
dos anos 1990 e começo do século XXI.
Silva (1998), por exemplo,
percebeu que o Hip-Hop era um
referencial dos comportamentos e
práticas dos jovens de periferia,
buscando valorizar suas identidades,
no contexto de cidades violentas,
desiguais e cada vez mais hostis aos
moradores pobres. Andrade (1999),
caracterizou a dimensão pedagógica
do Hip-Hop na constituição de formas
de aprender e de ensinar dos jovens
que faziam parte dessa manifestação.
Tella (2000), Guasco (2001) e Silva, F.
(2006) nos caracterizaram a
importância dessa manifestação
cultural na construção da identidade
negra e de uma interpretação crítica do
cotidiano periférico e da história. Cunha
Jr (2003) percebeu a constituição de
um movimento negro-juvenil.
Herschmann (1997), Rose (1997),
Martins (2005) e Silva, L. (2006)
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sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
entenderam o movimento Hip-Hop
como uma manifestação de resistência
que se proliferou e dialogou
contraditoriamente com a produção
cultural em contexto de mundialização.
Félix (2005), Herschmann (2000) e
Shusterman (2006) corroboraram com
a ideia de reciprocidade entre cultura e
política na gênese do Hip-Hop e de seu
emprego pela juventude negra e pobre
como um aspecto da resistência e
construção de valores positivos e auto-
afirmativos.
Destes levantes bibliográficos
supracitados, muitos outros surgiram
ao longo das duas primeiras cadas
nos anos 2000, e outras tantas obras
estão vindo, ou ainda estão por vir, o
que mostra o Hip-Hop também como
potente significante que circula no
universo acadêmico. De certa forma, a
apresentação deste dossiê temático
afirma essa potência, principalmente
porque acolheu contribuições de
autores de todo o território nacional, o
que é motivo suficiente para celebrar!
Além disso, importa destacar que
muitos dos artigos presentes no dossiê
são de pesquisadores e pesquisadoras
que se formaram, foram ou ainda
pertencem ao movimento Hip-Hop,
destacando, portanto, o agenciamento
e a produção de conhecimento oriundo
dos próprios integrantes do movimento.
É um conhecimento produzido de
dentro do movimento, a despeito da
negociação de sentidos, que em
diálogo com outros pesquisadores, as
diversas teorias sociais e a
universidade, nos enriquecem no
entendimento dessa manifestação
cultural e política tão importante na
contemporaneidade que é o Hip-Hop.
E é neste tom de celebração e
produção de saber diaspórico africano,
hibridizado como prática de
significação e agência, que esse doss
aqui se principia. Sua concepção foi
idealizada por William Goes Ribeiro,
cuja trajetória de vida se encontra com
o Hip-hop, seja como adepto ou
pesquisador. A ideia de um dossiê
específico parte do reconhecimento de
uma dívida pessoal, mas igualmente do
entendimento de que se trata de uma
cultura potente que conquista sujeitos
de maneira global-local. Os estudos do
mencionado pesquisador mobilizam a
ideia de que o contexto precisa ser
considerado radicalmente, o que
também é um mobilizador desta
proposta, a qual convoca
pesquisadores de diversas partes do
país a contribuir.
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sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
Na intenção de fazer da
organização deste dossiê um trabalho
coletivo e colaborativo, que ampliasse o
alcance desta iniciativa no âmbito da
produção de conhecimentos científico-
acadêmicos, os professores Flávio
Soares Alves e Rosenverck Estrela
Santos foram chamados a integrar o
quadro geral de organizadores,
completando a tríade que se
responsabilizou pela elaboração desta
presente obra. Os pontos de
intersecção que aproximam esses três
organizadores são suas experiências
artísticas e pessoais com o Hip-Hop,
mas também interesses acadêmicos e
interdisciplinaridades que daí
reverberam.
O resultado do esforço coletivo e
colaborativo se apresenta aqui, neste
encarte, que contém 12 artigos
especialmente selecionados para
compor essa edição. Os vários artigos
em nosso dossiê representam uma
diversidade importante do Hip-Hop
brasileiro que os leitores poderão
conhecer. Para além dessa pluralidade,
também caminhos históricos
semelhantes, conexões e vínculos
parecidos. Na dialética da pluralidade e
semelhança, o Hip-Hop nacional traz
contribuições valiosas para a nossa
arte, cultura, política e estética.
Dentre essas muitas formas
semelhantes de se fazer Hip-Hop no
Brasil encontramos as batalhas de
rima. A maioria das cidades brasileiras
na atualidade conhece essas formas
estéticas e políticas de se produzir Hip-
Hop. No texto A experiência delas no
Hip-Hop: uma leitura sobre
comunicação e resistência na Batalha
do Som”, de Thífani Postali e Giovanna
Hellen Meira Silva, podemos conhecer
“a batalha do som” no município de
Sorocaba-SP e, especialmente, a
presença e a participação feminina
nessa manifestação. Utilizando a teoria
da folkcomunicação, as autoras
destacam o machismo ainda insistente
nas atividades do movimento Hip-Hop,
porém, sem perder de vista o
agenciamento e protagonismo das
mulheres que se constroem enquanto
sujeitos de resistência.
o artigo As Batalhas de
Rimas como ferramenta na Gestão
Participativa Urbana: um caso em
Campos dos Goytacazes/RJ, de Carla
Aparecida da Silva Ribeiro, Aline Couto
da Costa e Simonne Teixeira, trata das
batalhas de rima de Campos dos
Goytacazes-RJ, discutindo processos
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
de gestão participativa e ocupação
urbana da juventude negra e periférica.
Outra batalha de rima que se
apresenta em nosso dossiê é a do
Parque Cimba, em Araguaína-TO.
Leomar Alves de Sousa e Eliane
Cristina Testa buscam entender, a
partir do texto intitulado As batalhas de
rimas improvisadas do movimento Hip-
Hop no Parque Cimba, em Araguaína-
TO: práticas de letramento de
reexistência da juventude periférica”, as
práticas de letramento e a reexistência
da juventude periférica.
Não somente as batalhas de
rima tiveram espaço em nossa revista.
O slam também apareceu com suas
rimas potentes e críticas. O artigo de
João Otávio Almeida e Lara Brum de
Calais, Slam Xamego: amor como
resistência no Hip-Hop do Espírito
Santo”, nos informa que o slam é uma
das vertentes da cultura Hip-Hop mais
praticadas na atualidade e o referido
texto nos diz como é que os jovens
negros e periféricos utilizando a
linguagem do amor, conseguem
construir caminhos de resistência
estética e política. Essa resistência
estética e política é também analisada
no texto de Róbson Peres da Rocha e
Enio Passiani, intitulado O Hip-Hop na
linha do tiro: Rap noventista e a
denúncia estética da necropolítica”,
que, além de analisar a década de 1990
com os índices alarmantes de violência
e a inserção profunda do Brasil no
modelo neoliberal de economia, nos
traz um conhecimento importante sobre
a denúncia que o rap elabora desse
momento histórico e da necropolítica
aplicada no Brasil contra a juventude
negra e periférica. O rap, nesse
contexto, constituiu um poderoso
veículo de crítica e conscientização
sobre diversos temas como periferia,
raça, classe, gênero e território.
Nessa denúncia que o rap
realiza, emergem no cenário musical
dezenas, centenas e milhares de
artistas sendo porta-vozes dessas
críticas e dessas produções de sentido.
Dentre esses, mais famosos ou não, no
nosso dossiê, destacam-se Racionais
MC’s (SP), Djonga (MG) e Preta
(MA), mostrando como o Hip-Hop se
enraizou e se difundiu de Norte a Sul do
país. O texto de Lucas dos Anjos e José
Roberto Rodrigues, Racionais Mc’s e a
liberdade de expressão: um Raio X do
Brasil e a exposição da Colonialidade”,
nos brinda com informações e análises
acerca do principal grupo de rap do
Brasil: Racionais Mc’s. A partir do
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transformações da cultura")
clássico LP Raio X do Brasil e do
debate em torno da colonialidade, os
autores, além de caracterizarem os
violentos e desiguais anos 1990, nos
apresentam os Racionais como o grupo
que resistiu e denunciou todo esse
contexto, incorporando a periferia, a
juventude negra e um discurso políico
potente do agenciamento negro. O
referido álbum, portanto, apresentou
um Brasil nada harmônico e pacifícico
para a juventude negra e periférica com
os efeitos ainda marcantes da
colonialidade do capitalismo e do
racismo.
o artigo (Re)construção do
ethos e da identidade negra em duas
canções do álbum Ladrão, de Djonga
de Leandro Moura e Benedicto Roberto
Alves Carlos faz uma análise da obra
de um dos mais conhecimentos rappers
do Brasil, o mineiro Djonga e mostra
como é que o artista, a partir de suas
letras e técnicas argumentativas,
descontrói e constrói novas imagens
sobre a população negra, diferente das
tão usuais formas de perceber o
negro como ladrão e violento. No
texto de Antônio Ailton Penha Ribeiro e
Victor de Oliveira Pinto Coelho, “Rimas
de resistência: ideias políticas no rap de
Preta Lu”, a artista em destaque é Preta
Lu, uma rapper de São Luís do
Maranhão que produziu o EP Rainhas
Rebeladas, articulando denúncias ao
racismo, machismo, desigualdades
sociais e discutindo a presença da
mulher negra na história. Esse texto é
interessante, também, por apresentar o
rap como fonte e documento histórico,
para além de seu caráter musical.
Nos múltiplos caminhos do Hip-
Hop no Brasil, o texto de Gabriela Costa
Lima e Gustavo Rossi, intitulado O
Nordeste que você não viu": notas
sobre Hip-Hop, axé-music e
identidades juvenis em meio a
antinegritude da Capital Afro, nos
apresenta como o Hip-Hop baiano teve
que relacionar-se com o axé-music, em
seu momento de hegemonia musical e
discursiva. Em tal relação, estão
incorporadas análises sobre cultura e
identidade juvenis, religiões de matriz
africana e estética soteropolitana. Um
convite ao entendimento da pluralidade
do Hip-Hop em nosso país.
o artigo A gente não quer
dinheiro, a gente quer dinheiro,
diversão e arte- possibilidades de uma
economia criativa alternativa a partir
das experiências do movimento Hip-
Hop em Florianópolisde Alice Franz e
Eloise Livramento Dellagnelo, nos
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transformações da cultura")
apresenta a cultura Hip-Hop de
Florianópolis e como ela é importante
na constituição de uma economia
criativa.
Ainda nas trilhas da pluralidade,
o artigo Gritos na margem: a revolta
discursiva presente no Hip-Hop e a
imaginação política como farol de
Renan da Silva Palácios e Jenniffer
Simpson dos Santos aborda o
movimento Hip-Hop na cidade de
Dourados, Mato Grosso do Sul. No
texto, os autores, além de discutirem as
categorias de “imaginação política” e
“revolta discursiva” trazem a análise de
uma linguagem que, também, tem sido
muito utilizada como ferramenta de
análise e divulgação da cultura Hip-
Hop: o documentário.
Nas ondas audiovisuais do
documentário, o trabalho Entre o
biográfico e o coletivo: fabulações em
torno do Hip-Hop no Documentário
AmarElo: é tudo pra ontemdos autores
Caio Barbosa e Rosane Sampaio faz
uma imersão em diálogo com o rapper
Emicida. Buscando articular o coletivo e
o biográfico, esse documentário,
conforme expressam os autores, fez
emergir as matrizes negras da cultura
brasileira e do Hip-Hop. O dossiê se
encerra com a entrevista intitulada
Sobre continuidades e
descontinuidades na cultura Hip-Hop: o
caso de Moçambique”, envolvendo
William de Goes Ribeiro, Laís Volpe
Martins e Nelson/Simba Sitói. O texto
expõe uma entrevista remota, transcrita
e editada, com Simba Sitói (artista de
Hip-Hop em Moçambique), realizada
em 20 de junho de 2024. Trata-se de
um dos artistas mais influentes daquele
país, atuante na cultura Hip-Hop, como
rapper e produtor cultural. É idealizador
de importantes eventos ligados ao
tema, o que inclui o protagonismo do
jovem artista no Festival de Hip-Hop
Amor A Camisola. O trabalho explicita
elementos e questões pertinentes para
o estudo, aponta para o curso de
continuidades e de descontinuidades
de uma cultura globalizada, negociada
e ressignificada localmente. Ajuda-nos,
portanto, o que justifica a inclusão da
entrevista neste dossiê, a reforçar o
nosso argumento em torno do processo
complexo e dinâmico da referida cultura
Em seu conjunto geral, este
dossiê se preocupou em reunir artigos
que aproximassem o campo da cultura
e da territorialidade dos múltiplos
olhares que envolvem o significante
Hip-Hop. Assim, cuidando para não
fechar o enquadre discursivo em um
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
único referencial teórico, este dossiê se
abriu às diversas propostas, acolhendo
a heterogeneidade, que instiga à
verificação de um Hip-Hop sempre
outro, jamais plenamente objetificado e
conhecido. Neste sentido, os textos
selecionados deram vazão às
abordagens multi/interculturais,
cuidando para evidenciar um campo
em aberto constituído em torno de
leituras de/des/pós/contra coloniais,
dentre outras.
Lembrando a obra “Batidas,
rimas e vida escolar” (2014), de Marc
Hill, aqui citada, não pretendemos
buscar receitas para qualquer área de
atuação e estudo, tampouco fórmulas
para lidar com “jovens problemas”.
Diferentemente, os textos aqui
apresentados expuseram, cada um a
seu modo, a falência de concepções
pedagógicas e políticas planejadas de
antemão, as quais ignoram o contexto
e as relações cotidianas imprevisíveis e
imponderáveis.
Assim, reconhecemos o
panorama transnacional e transcultural
do Hip-Hop, envolvendo territorialidade
e desterritorialidades, contendo
hibridismo, fluidez, mudanças, misturas
e pluralidades na forma de se produzir
rap, break e grafite, nas diversas partes
do mundo e do território brasileiro, de
Norte a Sul. É, portanto, a forma que
aderimos para se entender o Hip-Hop,
longe de essencialismo,
homogeneidade e certezas inabaláveis.
Como diz Rose (2021, p.37): “O rap e a
cultura hip-hop são formas culturais,
políticas e comerciais e, para muitos
jovens, são as principais janelas
culturais, sonoras e linguísticas no
mundo”.
No conjunto geral das reflexões
presentes nesse dossiê, com uma
tendência de enfoque no rap, é
possível notar que os textos
oportunizaram a ampliação de um
diálogo interdisciplinar com a cultura
Hip-Hop em todo território nacional,
possibilitando a discussão de
alternativas a respeito de demandas
sociais específicas, histórica e
socialmente situadas, o que permitiu
focar nas produções de sentido
constituídas e em suas relações com as
lutas históricas das populações
periféricas, com uma preocupação
mais acentuada com as comunidades
negras e indígenas no Brasil. Porém,
além de admitirmos que não
recebemos uma diversificação de
textos interdisciplinares ligados aos
elementos mais diversos da cultura
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RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
2025.
www.periodicos.uff.br/pragmatizes - ISSN 2237-1508
(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
Hip-Hop, salientamos que o tema
indígena não emergiu nesta proposta.
A despeito disso, cumpre salientar que
desde os anos 2010 se intensifica um
movimento de pesquisas que buscam
dar visibilidade à indigenização do rap
no Brasil, segundo estudos realizados
por um de nós (Ribeiro,2020;
Ribeiro,2021).
Na esteira desta ideia mais plural
e contextual da cultura, os textos
apresentaram pistas potentes para a
compreensão das formas como os
adeptos do Hip-Hop significam essa
cultura, e como essa significação
reverbera para seus modos de viver,
pensar e produzir conhecimento. Nesta
direção, as reflexões suscitadas deram
indícios sobre os processos de
subjetivação, sobre os sentimentos de
pertencimento, as territorialidades e as
condições de vida. Destacamos ainda a
articulação dessa cultura com os
processos de identificação da
população negra - e mais recentemente
indígena, com o potencial que o Hip-
Hop tem demonstrado na composição
de leituras críticas da realidade,
especialmente, envolvendo processos
de subjetivação juvenil.
Em diversas áreas e sob
perspectivas as mais distintas, os
textos presentes nesse dossiê também
nos convidam a pensar que as
produções acadêmicas e a vida
cotidiana se hibridizam, mas também
se desencontram, instigando-nos,
sempre uma vez mais, à escuta, à
experiência e, por fim, à escrita, em um
sentir-pensar-agir permanentes, que
tocam a diferenciação dos sentidos.
Isso porque os sentidos não se
esgotam em uma única obra, mas se
atualizam constantemente a cada novo
encontro com o Hip-Hop. Nesta
proposta, essa manifestação se reedita
permanentemente como força de
criação e resistência, a partir de uma
população potente e inquieta que ousa
reexistir, em meio a conflitos sociais,
raciais, de gênero, interseccionais e
outros, promovendo uma política,
sustentando subjetividades,
produzindo sentidos.
No caso do Brasil, a referida
cultura, na heterogeneidade e
hibridização, permanece viva em uma
dinâmica singular, em virtude de
ressignificações e de criativas
produções, tornando o Hip-Hop cada
vez mais “plural” e mobilizado pelo
“local”. Os estudos de Ricardo
Teperman (2015) com o rap no país são
um exemplo do exposto. Através do
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RIBEIRO, William de Goes; ALVES, Flávio Soares; SANTOS, Rosenverck
Estrela. Apresentação do Dossiê 28 “Hip-Hop no Brasil: a produção de
sentidos e as transformações da cultura”. PragMATIZES - Revista Latino-
Americana de Estudos em Cultura, Niterói/RJ, Ano 15, n. 28, p.14-27, mar.
2025.
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(Dossiê "Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as
transformações da cultura")
livro “Se liga no som” explicita um rap
que é regional, queer, feminista,
indígena e muito mais. Por sua vez, não
é de hoje que o grafite ganha as
galerias e ocupa muros em escolas e
espaços além das paredes e trens
norte-americanos, a dança de rua que
décadas invadiu as academias de
ginástica, com o break hoje se
aproximou do “esporte”, prova disso foi
sua recente inclusão na última edição
das Olimpíadas, realizada em Paris, em
2024.
Em suma, desejamos que esta
festa tenha provocado o público leitor
desta revista, interpelando-o através do
convite para entrar na roda, tecer suas
rimas ou mesmo trocar ideias dentro-
fora da academia a respeito do Hip-
Hop. Agradecemos a cada pesquisador
que dedicou suas escritas e nos
encaminhou os seus estudos,
confiando a nós uma avaliação. O que
interessa é a rede que estamos
ampliando, as propostas em curso e o
destaque para o Hip-Hop enquanto
uma potência global que se ressignifica
localmente com toda a sua força.
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