Afinal, e quando o estereótipo resolve falar? É com voz própria ou dublada que fala?
DOI:
https://doi.org/10.22409/arte.lugar.cidade.v2i2.68616Palavras-chave:
Masculinidades embucetadas, intervenção urbana, estereótipos de gênero, transfeminismos, teoria queerResumo
Este artigo analisa o trabalho Aparição de Partes de uma Parte das Masculinidades Embucetadas a Olho Vivo (2024), que utiliza práticas visuais urbanas como metodologia crítica e experimental para questionar normas de gênero e estereótipos sobre masculinidades dissidentes. A partir do transfeminismo, da teoria queer e das políticas afirmativas latino-americanas, o trabalho lança próteses penianas no espaço público, com o intuito de literalizar a voz do estereótipo que há tempos insinua o que as Masculinidades Embucetadas carregam por “entre” as pernas, abrindo espaço para outra pergunta: esse gesto é repetição ou diferença? Sem a pretensão de resposta definitiva, o texto apresenta essa provocação por meio da instalação de três modus de aparição que, ao partilhar o constrangimento, ativam memórias antigas e instauram “novas” presenças, inclusive nos espaços oníricos, desafiando as fronteiras do corpo, da norma, da política sexual e do olhar nos contextos urbanos no contemporâneo entre México e Brasil.
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