Afinal, e quando o estereótipo resolve falar? É com voz própria ou dublada que fala?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/arte.lugar.cidade.v2i2.68616

Palavras-chave:

Masculinidades embucetadas, intervenção urbana, estereótipos de gênero, transfeminismos, teoria queer

Resumo

Este artigo analisa o trabalho Aparição de Partes de uma Parte das Masculinidades Embucetadas a Olho Vivo (2024), que utiliza práticas visuais urbanas como metodologia crítica e experimental para questionar normas de gênero e estereótipos sobre masculinidades dissidentes. A partir do transfeminismo, da teoria queer e das políticas afirmativas latino-americanas, o trabalho lança próteses penianas no espaço público, com o intuito de literalizar a voz do estereótipo que há tempos insinua o que as Masculinidades Embucetadas carregam por “entre” as pernas, abrindo espaço para outra pergunta: esse gesto é repetição ou diferença? Sem a pretensão de resposta definitiva, o texto apresenta essa provocação por meio da instalação de três modus de aparição que, ao partilhar o constrangimento, ativam memórias antigas e instauram “novas” presenças, inclusive nos espaços oníricos, desafiando as fronteiras do corpo, da norma, da política sexual e do olhar nos contextos urbanos no contemporâneo entre México e Brasil.

Biografia do Autor

  • Taliboy, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil

    Taliboy é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGArtes/UERJ), bolsista CAPES.

Referências

Agamben, G. (2007). Profanações. (S. J. Assmann, Trad.). Boitempo.

Bataille, G. (2018). História do olho. (E. R. Moraes, Trad). (1a. ed.). Companhia das Letras.

Beauvoir, S. (2009). O Segundo Sexo: Fatos e Mitos / A Experiência Vivida. (S. Milliet, Trad). Nova Fronteira.

Butler, J. (2003). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Editora Civilização Brasileira.

Butler, J. (1997). Excitable speech: a politics of the performative. Routledge.

Butler, J. (2015). A vida psíquica do poder: teorias de subjetivação. (R. Bettoni, Trad.). Autêntica Editora.

Butler, J. (2019). Corpos que importam: os limites discursivos do “sexo” (V. Daminelli, & D. Y. Françoli, Trad.). (1a. ed.). N-1 Edições; Crocodilo.

Didi-Huberman, G. (1998). O que vemos, o que nos olha. (P. Neves, Trad.). Editora 34.

Halberstam, J. (1998). Female masculinity. Duke University Press.

Hochberg, G. Z. (2024). Unfinished Business. Los Angeles Review of Books, Los Angeles. Recuperado de https://losangelesreview.org/unfinished-business-by-gil-z-hochberg/

Irigaray, L. (2017). Este sexo que não é só um sexo: sexualidade e status social da mulher. (C. Prada, Trad.). Senac São Paulo.

Preciado, P. B. (2017). Manifesto contrassexual. (2. ed.). N-1 Edições.

Vergueiro, V. (2015). Por inflexões decoloniais de corpos e identidades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade (Dissertação de mestrado). Universidade Federal da Bahia.

Downloads

Publicado

2025-10-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Afinal, e quando o estereótipo resolve falar? É com voz própria ou dublada que fala?. arte :lugar :cidade, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 181–206, 2025. DOI: 10.22409/arte.lugar.cidade.v2i2.68616. Disponível em: https://www.periodicos.uff.br/arte-lugar-cidade/article/view/68616. Acesso em: 10 dez. 2025.