Protagonismo social e integridade da informação pública: a necessária mediação pró-soberania

Autores

  • Monique Figueira IBICT/UFRJ
  • Márcia Quintslr IBGE
  • Fernanda Valle UNIRIO
  • Bianca Lopes IBICT

DOI:

https://doi.org/10.22409/3kprfz03

Palavras-chave:

Mediação, Regime de informação, Integridade da informação, Desinformação, Soberania

Resumo

 O ensaio trata a informação pública pelo enlace entre protagonismo social, soberania digital e política. Considerando a perspectiva sistêmica e de longa duração, desde a cibernética de segunda ordem até a economia política contemporânea, exploramos a centralidade do conceito de mediação e o papel do Estado como mediador da informação. No contexto da plataformização, analisada de modo interdisciplinar e dialético, as novas demandas de informação e comunicação para protagonismo são ameaçadas por fenômenos como desinformação, perfilamento em massa e distorção da realidade, que colocam em risco a soberania. Frente às contradições entre protagonismo e soberania, entre caixas-pretas e a chamada abordagem verística, a integridade da informação e a participação social nos servem como âncoras ou bússolas para promover e articular a pluralidade democrática.

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Biografia do Autor

  • Márcia Quintslr, IBGE

    Doutoranda e Mestra em Ciência da Informação (2018) pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em convênio com a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com foco em política e ética em informação e exclusão social e informação na gestão pública; pós-graduação em estatística (1984) e graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1977). Eleita presidente (2020/2022) e Vice-presidente (2015-2019) do Comitê Executivo do Instituto Interamericano de Estatística (IASI). É tecnologista da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na área de classificações estatísticas para pesquisas e levantamentos do campo social e para organização do Sistema Estatístico Nacional. Experiência no desenho, planejamento, produção, análise e gestão no campo das Estatísticas Oficiais brasileiras. Foi Diretora de Pesquisas do IBGE (out/2011-abr/2014), área responsável pelo plano estatístico brasileiro no que envolve metodologia, classificações, cadastros, planejamento, produção, análise e coordenação da produção das estatísticas sociais e econômicas, abarcando também o planejamento e análise temáticos das operações censitárias demográficas e da agropecuária. Coordenou a área de estatísticas de Trabalho e Rendimentos e Pesquisas domiciliares (2006-2011), respondendo pelas Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) entre outras pesquisas domiciliares; conduziu o planejamento e execução da reformulação integrada dessas pesquisas, através do projeto Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares; atuou com estatísticas do trabalho e sobre consumo, rendimentos, educação, habitação, saúde, gênero, uso do tempo, além de estudos sobre pobreza, condições de vida e segurança alimentar. Coordenou a área de Índices de Preços (1990-2006), atuando sobre os temas inflação, preços ao consumidor e construção civil, condições de vida, pobreza e segurança alimentar. Atuou em articulação com organizações nacionais e internacionais para subsidiar escolhas dos temas a investigar e mensurar, bem como dar suporte à adoção das melhores práticas na viabilização das estatísticas nacionais. Constituiu e orientou fóruns nacionais, a exemplo do Comitê de Estatísticas Sociais e do Comitê de Estatísticas de Gênero e Uso do Tempo. Participou de grupos nacionais sobre os temas segurança alimentar, cesta básica e pobreza. No contexto internacional, atuou na elaboração de recomendações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre índices de preços ao consumidor (2003), trabalho infantil (2008) e da atualização das recomendações fundamentais sobre estatísticas do trabalho que vigiam desde 1983 , tendo presidido a conferência técnica referente a esta revisão (2013) na XIX Conferência Internacional de Estatísticos do Trabalho, realizada na sede da OIT em Genebra. Representou o Brasil em diferentes fóruns, com destaque para três participações nas sessões de 2012 a 2014 da Comissão de Estatísticas das Nações Unidas, em Nova Iorque.

  • Fernanda Valle, UNIRIO

    Professora Adjunta do Departamento de Processos Técnico-Documentais na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Doutora e mestra em Ciência da Informação (PPGCI IBICT UFRJ); especialista em Marketing e Design Digital (ESPM) e em Transtorno do Espectro Autista (Centro Universitário Celso Lisboa); bacharela em Comunicação Social (UNESA) com habilitação em Jornalismo. Como pesquisadora, é vice-líder do grupo de pesquisa Memória Social,Tecnologia e Informação (UNIRIO) e membro dos grupos Ecce Liber: filosofia, linguagem e organização dos saberes (UNIRIO-IBICT); do Círculo de Estudos Rubakinianos (IBICT - UFMG) e do Perspectivas Filosóficas em Informação (IBICT). Integra, também, o International Center for Information Ethics (ICIE). Nos anos de 2016 e 2019 participou do grupo de pesquisa Memória e Sociedade da Informação (MeSo/IBICT). Possui interesse em diferentes áreas do conhecimento e objetos de estudo, mas dedica-se à epistemologia, filosofia da linguagem e organização do conhecimento. Desde o doutorado, investiga teorias, métodos e lacunas informacionais acerca das diversidades. Entre 2018 e 2022, como bolsista de doutorado do CNPq - Brasil, pesquisou os sistemas de organização e recuperação do conhecimento sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), evidenciando reflexões contemporâneas como justiça informacional e democracia documentária. Entre maio de 2022 e novembro de 2023, foi bolsista de pesquisa do projeto Articulação Comunicação em Ciência e Tecnologia, vinculado ao IBICT, com ênfase em gestão da informação, inclusão social e redução das desigualdades no horizonte da Agenda 2030, desdobrada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No mestrado, financiada pela Capes, dedicou-se ao diálogo entre Ciência da Informação e Comunicação Social, especialmente no âmbito da tecnovigilância. Entre os anos de 2017 e 2022, foi prestadora de serviços para universidades particulares, lecionando disciplinas voltadas à Comunicação Digital e à Metodologia Científica.

  • Bianca Lopes, IBICT

    Doutoranda em Ciência da Informação pelo PPGCI do IBICT/UFRJ na linha "Configurações socioculturais, políticas e econômicas da informação" (2018-) e mestra em Ciência da Informação pelo mesmo Programa (2018). Bacharela em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2005) e em Arquivologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO (2018). Tem interesse de pesquisa nas seguintes temáticas: direito de acesso à informação pública; cultura do segredo; sigilo de Estado; vigilância e transparência informacional; cultura algorítmica e usos das tecnologias de comunicação e informação; produção institucional da ignorância; integridade da informação e desinformação.

Referências

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Publicado

2025-08-29