Maíra, A Última Floresta e A Febre: reflexões sobre a questão indígena
DOI:
https://doi.org/10.22409/p46c6q27Palavras-chave:
Cinema comparado, Questão indígena, Maíra, A Última Floresta, A FebreResumo
Ao comparar o romance Maíra (2014 [1976]) de Darcy Ribeiro, os filmes A Última Floresta (2021) e A Febre (2019), sob o filtro do perspectivismo ameríndio exposto por Viveiros de Castro (2002) e o livro A Queda do Céu (2010), de Davi Kopenawa e Bruce Albert, este artigo investiga reincidências reveladoras da percepção indígena e não-indígena encenadas nas obras. Afastadas por mais de cinco décadas, as três obras guardam elementos em comum que indicam uma alteração histórica de postura e compreensão sobre a questão indígena no Brasil. As obras investigadas também na perspectiva dos estudos comparados de cinema surgem, então, como palco de uma tentativa de encontro entre culturas diferentes, sem, porém, dissimular o fascínio e os desencontros.
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