Para uma crítica da economia política das plataformas digitais:
a configuração de uma nova estrutura de mediação social
DOI:
https://doi.org/10.22409/contracampo.v44i1.65506Palavras-chave:
Economia Política da Comunicação e da Cultura, Plataformização, Plataformas digitais, Mediação socialResumo
O artigo discute três temas com vistas a uma abordagem das plataformas digitais, a partir da Economia Política da Comunicação: 1) a defi nição de plataformização e plataformas digitais em relação às transformações capitalistas; 2) a reconfiguração das relações internacionais na economia de plataformas; e 3) as manifestações empíricas do fenômeno, organizadas em uma taxonomia que divide tipos de plataforma a partir de: Estrutura de propriedade; Atividade principal; Modelo de fi nanciamento; e Posição no conjunto do sistema. Perpassando diferentes níveis de abstração, propõe o entendimento da plataformização como forma de concentração da produção social e das plataformas digitais como estruturas de agregação de agentes e suas produções, constituindo uma nova estrutura de mediação social. A taxonomia proposta permite a análise das especifi cidades dos setores e agentes.
Downloads
Referências
AGLIETTA, M. El capitalismo en el cambio de siglo: la teoría de la regulación y el desafío del cambio social. New Left Review, Madri, n. 7, p. 16-70, 2001.
ASADULLAH, A.; FAIK, I.; KANKANHALLI, A. Digital Platforms: A Review and Future Directions. PACIS 2018 Proceedings, 2018a. Disponível em: https://aisel.aisnet.org/pacis2018/248. Acesso em: 26 nov. 2024.
ASADULLAH, A.; FAIK, I.; KANKANHALLI, A. Evolution mechanisms for digital platforms: a review and analysis across platform types. Loughborough University, 2018b. Conference contribution. Disponível em: https://hdl.handle.net/2134/24081843.v1. Acesso em: 26 nov. 2024.
BARLOW, J. P. A declaration of the independence of cyberspace, 1996. Disponível em: https://projects.eff.org/~barlow/Declaration-Final.html. Acesso em: 26 nov. 2024.
BASTOS, M. D. Indústria Cultural e capitalismo tardio: Origens da Economia Política da Comunicação no Brasil em Mercado Brasileiro de Televisão. Chasqui, Quito, dic. 2019-mar. 2020, n. 142, p. 187-202, 16p.
BENSAÏD, D. Marx, o intempestivo: grandezas e misérias de uma aventura crítica. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
BOLAÑO, C. R. S. Trabalho Intelectual, Informação e Capitalismo. A re-configuração do fator subjetivo na atual reestruturação produtiva. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, v. 15, n. 11, p. 53-78, dez. 2002.
BOLAÑO, C. R. S. Campo aberto: para a crítica da epistemologia da comunicação. Aracaju: Edise, 2015.
BOLAÑO, C. R. S.; VIEIRA, E. The Political Economy of the Internet: Social Networking Sites and a Reply to Fuchs. Television & New Media 16 (1): 52–61, 2015.
BOLAÑO, C. R. S.; MARTINS, H.; VALENTE, J. C. L. Para a análise teórico-metodológica das plataformas digitais como estruturas de mediação a partir da Economia Política da Comunicação. Avatares de la Comunicación y la Cultura, n. 24, pp. 1-20, 2022.
BOYER. R. Habrá una tercera burbuja que provocará una crisis de consecuencias mayores (Entrevista de Miguel Ángel Jiménez González). Investigación Económica, v. 69, n. 272, p. 137- 160, abr./jun, 2010.
BRITTOS, V. C.; BOLAÑO, C. R. S. Paradigma digital: capitalismo, cultura e esfera pública.
Signo y Pensamiento, vol. XXVIII, núm. 54, enero-junio, 2009.
BROEKHUIZENA et al. Digital platform openness: Drivers, dimensions and outcomes. Journal of Business Research. Volume 122, January, Pages 902-914, 2021.
CIRACÌ, F. Mitologie 2.0: Digital platforms & umbrella terms. H-ermes. Journal of Communication, siba-ese.unisalento.it, 2013.
http://siba-ese.unisalento.it/index.php/h-ermes/article/view/13555
CHESNAIS, F. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã,1996.
EVANS, D.; SCHMALENSEE, R. Matchmakers: the new economics of multi-sided platforms. Boston: Harvard Business Review Press, 2016.
FEENBERG, A. Critical theory of technology: an overview. Tailoring Biotechnologies, v. I, n. I, Winter, 2005.
FIGUEIREDO, C. Redes sociais, plataformas e apropriação do tempo livre: crítica à teoria do trabalho digital não pago e suas consequências absurdas. In: Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura: confrontando as barbáries do capital no século XXI. MARQUES, R. M.; BASTOS, M. D. (Org.). São Cristóvão (SE): ULEPICC-Brasil. 2022.
FIGUEIREDO, C.; BOLAÑO, C. R. S. Social Media and Algorithms: Configurations of the Lifeworld Colonization by New Media. The International Review of Information Ethics 26 (December). Edmonton, Canada, 2017. https://doi.org/10.29173/irie277.
FUCHS, C. Digital Labour and Karl Marx. New York: Routledge, 2014.
GAWER, A. Bridging differing perspectives on technological platforms: Toward an integrative framework. Research Policy, 43 (7), pp. 1239-1249, 2014.
GILLESPIE, T. The politics of 'platforms'. New Media & Society, 12(3), 347–364, 2010.
GORWA, R. What is platform governance? Information, Communication & Society, 22(6), 854–871, 2019. https://doi.org/10.1080/1369118X.2019.1573914
HABERMAS, J. Reason and the Rationalization of Society. Volume 1 of The Theory of Communicative Action. English translation by Thomas McCarthy. Boston: Beacon Press, 1984.
HELMOND, A. The Platformization of the Web: Making Web Data Platform Ready. Social Media + Society. 1 (2), 1-11, 2015.
JIN, D. Y. Digital platforms, imperialism and political culture. Abigdon: Routledge, Taylor & Francis Group, 2015.
MACKINNON, R.; HICKOK, E.; BAR, A.; LIM, H. Fostering freedom online: The Roles, challenges and obstacles of internet intermediaries. United Na-tions Educational, 2014.
MARTINS, H. O mercado de comunicações brasileiro no contexto da convergência: análise das estratégias do Grupo Globo e da América Móvil. 2018. 369 f., il. Tese (Doutorado em Comunicação)—Universidade de Brasília, Brasília.
MARTINS. H. Regulação de plataformas: caminhos para a garantia do direito à comunicação e da liberdade de expressão na internet. In: PRATA, Nair; PESSOA, Sonia Caldas. (Org.). Fluxos comunicacionais e crise da democracia. 1ed. São Paulo: Intercom, p. 144-145, 2020.
MAZZUCATO, M. The Entrepreneurial State: debunking public vs. private sector miths.
Revista Brasileira de Inovação. Campinas, SP, v. 14, p. 203–207, 2014.
MORAES NETO, B. R. de. Marx, Taylor e Ford no final do século: reflexões sobre trabalho e cidadania. ORG & DEMO, n.3, p.55-60, 2002.
PIERSON, J. Digital platforms as entangled infrastructures. European Journal of Communication, 2021. DOI: 10.1177/02673231211028374
PLANTIN, J. C.; SETA, G. WeChat as infrastructure: The techno-nationalist shaping of Chinese digital platforms. Chinese Journal of Communication, Taylor & Francis, 2019.
ROCHET, J. C., & TIROLE, J. Platform competition in two-sided markets. Journal of the european economic association, 1(4), 990-1029, 2003.
RODRIGUEZ, O. O estruturalismo latino-americano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SANTOS, M. Técnica, Espaço, Tempo: Globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994.
SRNICEK, N. Platform capitalism. Cambridge: Polity Press, 2017.
TABB, W. K. Economic Governance in the age of globalization. Columbia University Press, 2004.
TAVARES, M. C. A retomada da hegemonia norte-americana. Brazil. J. Polit. Econ. 5, 2, Apr-Jun, 1985. https://doi.org/10.1590/0101-31571985-2005
VALENTE, J. C. L. Tecnologia, informação e poder: das plataformas online aos monopólios digitais. 400f., il. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
VAN DIJCK, J. Datafication, dataism and dataveillance: Big Data between scientific paradigm and ideology. Surveillance & Society 12(2): 197-208, 2014.
VAN DIJCK, J.; POELL, T.; DE WAAL, M. Platform society: public values in a connective world. Nova York: Oxford University Press, 2018.
VAN DIJCK, J. Seeing the forest for the trees: Visualizing platformization and its Governance.
New Media & Society, Vol. 23(9) 2801 –2819, 2021.
VIEIRA PINTO, A. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
ZUBOFF, S. The Age of Surveillance Capitalism. New York: Profile Books, 2019.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Helena Martins, César Bolaño
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.
