REFORMA AGRÁRIA POPULAR E ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL NA CONSTRUÇÃO ONTOPRÁTICA DE COMUNIDADES RURAIS NO ESTADO DO PARANÁ
DOI:
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2025.v26i59.a68465Palavras-chave:
ontoprática, planejamento agroecológico, reforma agrária popular, territorialização, agroecologiaResumo
Este trabalho analisa as experiências de planejamento e organização territorial de comunidades rurais, especialmente dentro do contexto da Reforma Agrária Popular proposta pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A pesquisa explora como essas práticas promovem a construção de projetos de vida e relações socioespaciais que desafiam modelos tradicionais impostos pelo Estado. A análise de cinco assentamentos no Paraná aponta para a necessidade de revisar os modelos tradicionais de assentamentos de reforma agrária no Brasil, à luz das novas demandas sociais, ambientais e de produção. A proposta da Reforma Agrária Popular do MST, confronta o modelo de "Reforma Agrária Clássica", propondo uma alternativa de desenvolvimento mais inclusivo e sustentável, baseado na autonomia territorial, participação comunitária e resistência às dinâmicas do agronegócio. O conceito de "ontoprática" é utilizado para entender a prática crítica que articula as cinco experiências vividas e percebidas pelas comunidades na organização de seu território, testando a importância de um horizonte de luta que aponte para o respeito às especificidades locais e à história das comunidades, que, embora participem de um movimento mais amplo, mantém particularidades nas suas práticas de convivência e organização territorial.
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