“Sem porteira”: nada mais sul-sul que o sul da América

Autores

  • Regina Zilberman

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v30i66.68536.pt

Palavras-chave:

Regionalismo, Aldyr Garcia Schlee, Antonio Candido

Resumo

Aldyr Garcia Schlee, em artigo de 1989, expôs a tese de que se pode entender a produção ficcional originária do Uruguai, da Argentina e do Rio Grande do Sul enquanto uma unidade, propondo nomeá-la “literatura gaúcha”. Essa matéria literária resultaria das trocas, intencionais ou não, entre autores atuantes nessas regiões, ultrapassando os limites das territorialidades nacionais e linguísticas. O exame de narrativas de Aldyr Garcia Schlee, extraídas de Contos de sempre, e de João Simões Lopes Neto, pertencentes a Contos gauchescos, valida a proposta, apresentando-se como alternativa ao Regionalismo nacionalista, tal como descrito pela História da Literatura brasileira desde o começo do século XX. O paralelo estabelecido com a concepção de Antonio Candido, afirmada em “Literatura e subdesenvolvimento”, faculta a compreensão de um comparatismo Sul-Sul introjetado pelas próprias obras literárias do presente e do passado.

Palavras-chave: Regionalismo; Aldyr Garcia Schlee; Antonio Candido.

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Publicado

2025-07-21

Como Citar

“Sem porteira”: nada mais sul-sul que o sul da América. (2025). Gragoatá, 30(67), e68536. https://doi.org/10.22409/gragoata.v30i66.68536.pt