Editores e jornalistas: a produção do ‘livro-tarefa’ na campanha pelo retorno dos exilados ao Brasil

Autori

  • Márcio Castilho Universidade Federal Fluminense - UFF (PPGMC - Dpto. de Comunicação / IACS)

DOI:

https://doi.org/10.22409/jdrtjj27

Parole chiave:

Anistia, Ditadura, Exílio, Memória, produção cultural

Abstract

O trabalho tem o objetivo de examinar a atuação da editora Alfa-Ômega no período da abertura política no Brasil, no final dos anos 1970, com ênfase na análise crítica de Os exilados: 5 mil brasileiros à espera da anistia (1979), de Cristina Pinheiro Machado, um dos livros publicados pela editora durante o debate sobre a anistia. A metodologia inclui entrevistas com a autora do livro e com a editora Claudete Mangarielo – cofundadora, ao lado do marido Fernando Mangarielo, da Alfa-Ômega. Buscamos verificar o papel desempenhado pelas fontes num contexto ainda marcado pela vigilância do aparato de repressão política sobre a produção cultural. A pesquisa sustenta que editores e jornalistas contribuíram para a construção da memória histórica sobre os significados da ditadura em longo prazo.

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Biografia autore

  • Márcio Castilho, Universidade Federal Fluminense - UFF (PPGMC - Dpto. de Comunicação / IACS)

    Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

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Pubblicato

2025-10-07

Come citare

Editores e jornalistas: a produção do ‘livro-tarefa’ na campanha pelo retorno dos exilados ao Brasil. (2025). Mídia E Cotidiano, 19(3), 152-168. https://doi.org/10.22409/jdrtjj27