Sistema endocanabinoide

descubra como a Cannabis sativa levou à descoberta de um sistema biológico fundamental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/wyr2rw56

Palavras-chave:

Canabinoides, Homeostase, Neurociências, Saúde

Resumo

Introdução: A descoberta do sistema endocanabinoide (SEC) representou uma revolução na biologia moderna. A partir do estudo dos compostos ativos da planta Cannabis sativa, como o THC e o CBD, cientistas identificaram uma complexa rede de sinalização celular presente em praticamente todos os animais e que atua como um modulador dinâmico da homeostase corporal, influenciando funções como dor, humor, memória, sono e resposta imunológica. Objetivo: Neste artigo, exploramos a história da descoberta do SEC, sua distribuição no corpo humano, mecanismos de ação, implicações fisiológicas e potencial terapêutico. Conclusão e Perspectivas: O SEC é de grande importância para a saúde dos seres humanos e representam uma oportunidade terapêutica promissora no tratamento de doenças. Apesar dos avanços científicos, o estigma social em torno da Cannabis ainda representa um entrave ao desenvolvimento de medicamentos seguros e eficazes.

 

*Contribuíram igualmente.

Biografia do Autor

  • Dio Pablo Alexandrino-Mattos*, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Dio é graduado em Ciências Biológicas (Licenciatura) pela UNIGRANRIO e especialista em Neurociências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Formou-se mestre e doutor em Ciências Biológicas (Biofísica/Neurobiologia), atuando no Laboratório de Terapia Gênica e no Laboratório de Neuroquímica do Centro de Pesquisa em Medicina de Precisão do Instituto de Biofísica da UFRJ (IBCCF-UFRJ), pesquisando experimentalmente a terapia gênica neuroprotetora para doenças neurodegenerativas e o funcionamento e a manipulação do Sistema Endocanabinoide no Glaucoma. Paralelamente, atua como Professor de Neurofisiologia e Biologia Celular no Ensino Superior (UFRJ). Atualmente é pós doutor trabalhando com Terapia Gênica para doenças neurodegenerativas. É membro dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) em Terapia Gênica (INTERGEN) e em estudos da glia (iGLIA), além de integrar a Rede de Estudos com Vetores Inovadores de Vírus Adeno-Associado (REVIVAA), focada em terapia gênica para doenças neurodegenerativas. Também participa do grupo de ensino, pesquisa e extensão TimeCannabis, onde realiza Comunicação e Divulgação Científica sobre o Sistema Endocanabinoide e pesquisas com Canabinoides. Em seu tempo livre, dedica seu entusiasmo para explorar sobre a origem, evolução, funcionamento e finitude da Vida e do Universo. Possui experiência no desenvolvimento de modelos experimentais para o estudo de neurodegeneração, neurodesenvolvimento e neuroproteção no Sistema Nervoso Central (retina e cérebro).

  • Victor Guedes de Araujo*, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Graduado em Ciências Biológicas - Biotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus de Duque de Caxias. Ingressou direto no doutorado no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF). Atualmente, desenvolve sua pesquisa no Laboratório intermediário de Terapia Gênica e Vetores Virais do IBCCF/UFRJ como bolsista de pós-doutorado FAPERJ nota 10. Sua área de atuação consiste no uso de vetores de vírus adeno-associado (AAV) para terapia gênica na retina, incluindo a avaliação de promotores para expressão de transgenes com viés terapêutico em células ganglionares da retina.

  • Hilda Petrs-Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Graduada em Ciências Biológicas Modalidade Médica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1999, iniciou diretamente seu doutorado em Ciências Biológicas Biofísica no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF/UFRJ), concluído em 2004. Realizou Doutorado Sanduíche na Universidade da Flórida (UF), em um dos principais centros internacionais de produção de vetores adeno-associados (AAV). Implementou o primeiro núcleo nacional de produção desses vetores no IBCCF. De 2007 à 2009 realizou pós-doutorado na UF, focando no desenvolvimento de terapia gênica para doenças genéticas raras da retina com vetores de AAV. Atuou como pesquisadora visitante nas universidades de Goettingen (Alemanha-2010) e Cornell (Nova York, EUA-2012). Atualmente é Professora Associada do IBCCF/UFRJ e Chefe do Laboratório de Terapia Gênica e Vetores Virais. É bolsista de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora Nível 2 do CNPq e Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Especialista em terapia gênica com ênfase em vetores AAV, possui ampla experiência em construção, produção em larga escala e aplicação desses vetores. Sua expertise inclui também biologia celular, biologia molecular e biotecnologia, atuando nas áreas de neurodegeneração, retina e edição genética com CRISPR-Cas9. Seus principais projetos envolvem o desenvolvimento de terapias gênicas para doenças degenerativas, especialmente glaucoma, utilizando vetores rAAV e tecnologias avançadas para modulação da expressão gênica e transdução viral in vivo. Participa ainda da Rede Nacional de Especialistas em Terapia Gênica (RENETA), vinculada à ANVISA, atuando na avaliação técnica de produtos de terapia gênica no Brasil.

  • Ricardo Augusto de Melo Reis, Universidade Federal do Rio de Janeiro

     Graduação Ciências Biológicas Universidade de Brasília (1988), Mestrado em Biofísica - Farmacologia Molecular UFRJ (1991), Doutorado em Biofísica - Neuroquímica UFRJ (1995), Pós-Doutorado em Neurobiologia - Oxford e Cambridge UK (2001, 2003), Colaboração CAPES-Grices Univ. Coimbra Setembro 2008-Julho 2009Professor Associado IV UFRJ, é o atual Chefe do Lab Neuroquímica (LABNQ), Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da UFRJ (desde 2014) foi coordenador do Programa Avançado em Neurociências (PAN) em 2007, foi coordenador do Programa de Neurobiologia do Instituto de Biofísica UFRJ (2009-2011), foi Coordenador Adjunto de Pós Graduação em Biofísica (2010-2011), foi Conselheiro do Centro de Ciências da Saúde no Conselho de Pós-Graduados (CEPG 2014-2017). Foi cientista do estado do Rio de Janeiro (CNE FAPERJ) entre 2019-2023, é bolsista do CNPq em produtividade 2, é representante dos Professores Associados do IBCCF 2022-2024; Membro da Sociedade Brasileira de Neurociencias e Comportamento (SBNeC), Sociedade internacional de Neuroquímica (ISN) e Sociedade Americana de Neuroquímica (ASN). Participa de comissões julgadoras internacionais da ISN/ASN.Interesses: (i) Ações de transmissores e fatores no circuito neuro-glial, (ii) o sistema endocanabinóide na fisiologia, quadros patológicos e na qualidade de vida, receptores P2X7 e sinalização neurônio-glia, sobrevida de neuronios periféricos e centrais.

  • Luzia da Silva Sampaio, Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de janeiro - UFRJ (2008), Mestrado em Ciências Biológicas (Modalidade Biofísica - 2010) e Doutorado em Ciências Biológicas (Modalidade Biofísica - 2014) pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho na UFRJ.Realizou Doutorado Sanduíche no Institute of Biomolecular Chemistry - Napóles, Itália, sendo orientada pelo professor Dr Vicenzo Di Marzo. Possui Pós-doutorado pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (Modalidade Fisiologia, bolsista PNPD/CAPES) com os temas: "Caracterização do sistema endocanabinoide para o tratamento da lesão renal aguda causada por isquemia e reperfusão" e "Interação dos sistemas endocanabinoide e dopaminérgico no neurodesenvolvimento da retina de aves". Pós-doutora pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (Modalidade Biofísica - Neurociências, bolsista FAPERJ nota 10) com os temas: "Estudo translacional da administração oral de óleo de Cannabis sp. em modelo animal de autismo: o papel do sistema endocanabinoide na resposta ao extrato enriquecido de canabidiol sob o sistema nervoso central" e "Ensaio translacional do efeito do extrato de Cannabis sp rico em canabidiol sobre o paradigma da epilepsia refratária", no Laboratório de Neuroquímica, chefiado pelo professor Dr Ricardo Augusto de Melo Reis. Coordena diferentes projetos nas áreas de farmacologia, fisiologia, biofísica e neurociências e Co-orienta alunos de Doutorado, Mestrado e Iniciação Científica. Atua nas áreas de sinalização celular com foco sob o sistema endocanabinoide, fitocanabinoides e produtos derivados de Cannabis, modulação de proteínas cinases, neurotransmissores e transportadores de sódio e cálcio. Desenvolve trabalhos envolvendo o estudo de moléculas lipídicas (colesterol e fosfolipídios) na sinalização celular.

Referências

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Publicado

2025-10-01

Edição

Seção

Artigo Livre

Como Citar

Sistema endocanabinoide: descubra como a Cannabis sativa levou à descoberta de um sistema biológico fundamental. Neurociências & Sociedade, Rio de Janeiro, Brasil, v. 2, n. 2, p. e225005, 2025. DOI: 10.22409/wyr2rw56. Disponível em: https://www.periodicos.uff.br/neurocienciasesociedade/article/view/68795. Acesso em: 8 dez. 2025.

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