Entre palavras e pontos:
Pombagiras e o feminino ancestral na linguagem da resistência
Palavras-chave:
Pombagira, Ponto cantado, FeminismoResumo
Este artigo apresenta análises de pontos cantados de Pombagiras e relatos de praticantes de religiões de matriz africana, alguns retirados da obra Pombagira, a Deusa: Mulher igual você, de Alexandre Cumino, publicado em 2019 pela editora Madras, com o intuito de desconstruir estereótipos historicamente associados às Pombagiras e, por conseguinte, à mulher brasileira, herança da colonização europeia e de sua cultura de hierarquização (González, 2020), que instituiu papéis generificados (Oyěwùmi, 2020) que subjugam o feminino e limitam sua potência simbólica e social. A pesquisa fundamenta-se em referenciais dos estudos de gênero e raça, bem como em epistemologias decoloniais comprometidas com a valorização de saberes ancestrais. O artigo conclui que as práticas religiosas afro-indígenas brasileiras e seus signos sagrados, como as Pombagiras e os Exus, configuram-se como fontes legítimas para a produção de conhecimento e para a análise crítica de questões histórico-sociais, como o feminismo, a história da mulher brasileira e as relações de gênero em contextos interseccionais.
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Referências
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