LETRAMENTOS DIGITAIS E TEXTUALIDADE
DESAFIOS DO ENSINO DE LEITURA NA ERA DIGITAL
Palavras-chave:
Textualidade; Gêneros digitais; Leitura crítica; Multimodalidade; Ensino de Língua Portuguesa.Resumo
Este artigo discute os desafios impostos ao ensino de leitura pela emergência de novos gêneros digitais, à luz da teoria da textualidade formulada por Beaugrande e Dressler (1997). Partimos do entendimento de que os critérios tradicionais de textualidade, como coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e intertextualidade, continuam relevantes, mas assumem configurações específicas nos textos multimodais e efêmeros que circulam nas redes sociais. A análise de gêneros como memes, comentários, stories e vídeos curtos revela práticas discursivas que exigem novas competências interpretativas por parte dos leitores, especialmente no contexto escolar. Argumentamos que o ensino de Língua Portuguesa precisa se deslocar de abordagens centradas no texto impresso para incorporar práticas pedagógicas que contemplem os multiletramentos e a leitura crítica de textos digitais, como propõe a Base Nacional Comum Curricular - BNCC (Brasil, 2018). Com base em aportes teóricos de Marcuschi (2008, 2010), Xavier (2009) e Antunes (2014), propomos uma reflexão sobre os modos de textualidade na cultura digital e suas implicações para a formação do leitor contemporâneo. Nesse sentido, o estudo evidencia que, embora os critérios clássicos de textualidade se mantenham como referência, sua atualização nos gêneros digitais demanda do ensino de leitura práticas pedagógicas que articulem teoria, BNCC e multiletramentos, em favor da formação crítica do leitor contemporâneo.
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Referências
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