Extermínio, genocídio e juvenicídio:

quando a ferida aberta pela perda de estudantes se transforma em um projeto de  pesquisa e resistência

Autores

  • Lucilaine Reis UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Autor

Palavras-chave:

Racismo. Dialogismo. Escola.

Resumo

A escola é lugar de complexidade e desafios. Um dos grandes desafios da atualidade, em especial para a educação pública brasileira, é o reconhecimento e o enfrentamento dos problemas suscitados pelas desigualdades sociais, raciais e de gênero, que afloram cotidianamente nas escolas. Este artigo é um recorte de nossa pesquisa de doutorado em curso, a qual busca investigar como o racismo e a violência letal contra adolescentes e jovens negros são percebidos e enfrentados nas práticas cotidianas e discursivas no contexto escolar. A realidade em que estão inseridos adolescentes e jovens negros é de perigo e constante estado de alerta. Os números a respeito do assassinato de jovens negros, segundo o Atlas da Violência (2025, p. 73), mostram que, em 2023, uma pessoa negra tinha 2,7 vezes mais chances de ser vítima de homicídio do que uma pessoa não negra. O presente artigo discorre sobre como cheguei à elaboração do problema de pesquisa, entrelaçando metodologicamente excertos de minha memória e experiência como educadora na escola pública com as reflexões teóricas dos estudos da linguagem, mais especificamente a sociologia e a filosofia da linguagem elaboradas por Bakhtin, Volóchinov e seu Círculo de colaboradores (BAKHTIN, 2003).

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Biografia do Autor

  • Lucilaine Reis, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

    Lucilaine Maria da Silva Reis é doutoranda no Programa de Estudos da Linguagem da Universidade Federal Fluminense. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (2005) e mestrado em Educação pela mesma Universidade. Atualmente é pedagoga da Fundação Pública Municipal de Educação de Niterói. Seus temas de reflexão perpassam: infâncias, adolescências e juventudes, inserção e vivência na escola pública, diálogos e desafios cotidianos, educação para as relações étnico-raciais, violência letal contra a juventude negra e periférica, entre outros. Para além da vida acadêmica, Lucilaine é mãe e avó, escritora de literatura infanto-juvenil, poeta, saxofonista, compositora e militante pela vida e pelos direitos humanos. Lattes: https://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do;jsessionid=8B91B5403679DF2A1A

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Publicado

2025-12-11

Como Citar

Extermínio, genocídio e juvenicídio:: quando a ferida aberta pela perda de estudantes se transforma em um projeto de  pesquisa e resistência. Sede de Ler, Niterói, v. 15, n. 1, p. sel02512, 2025. Disponível em: https://www.periodicos.uff.br/sededeler/article/view/68950. Acesso em: 21 dez. 2025.