Extermínio, genocídio e juvenicídio:
quando a ferida aberta pela perda de estudantes se transforma em um projeto de pesquisa e resistência
Palavras-chave:
Racismo. Dialogismo. Escola.Resumo
A escola é lugar de complexidade e desafios. Um dos grandes desafios da atualidade, em especial para a educação pública brasileira, é o reconhecimento e o enfrentamento dos problemas suscitados pelas desigualdades sociais, raciais e de gênero, que afloram cotidianamente nas escolas. Este artigo é um recorte de nossa pesquisa de doutorado em curso, a qual busca investigar como o racismo e a violência letal contra adolescentes e jovens negros são percebidos e enfrentados nas práticas cotidianas e discursivas no contexto escolar. A realidade em que estão inseridos adolescentes e jovens negros é de perigo e constante estado de alerta. Os números a respeito do assassinato de jovens negros, segundo o Atlas da Violência (2025, p. 73), mostram que, em 2023, uma pessoa negra tinha 2,7 vezes mais chances de ser vítima de homicídio do que uma pessoa não negra. O presente artigo discorre sobre como cheguei à elaboração do problema de pesquisa, entrelaçando metodologicamente excertos de minha memória e experiência como educadora na escola pública com as reflexões teóricas dos estudos da linguagem, mais especificamente a sociologia e a filosofia da linguagem elaboradas por Bakhtin, Volóchinov e seu Círculo de colaboradores (BAKHTIN, 2003).
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