A REPRODUÇÃO SOCIAL DO PROLETARIADO E A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE – ENTREVISTA COM PIETRO BASSO

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DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v21i46.59596

Resumo

O entrevistado deste número é o sociólogo italiano Pietro Basso que concedeu a entrevista na sua casa, em Mogliano Veneto, no dia 19 de junho de 2023, tendo sido revisada pelo mesmo após a transcrição.

Pietro Basso tem larga experiência acadêmica e militante. Lecionou sociologia no Instituto Universitário Oriental de Nápoles e na Universidade Ca’Foscari Veneza, Itália. Atualmente está aposentado e contribui como editor da revista “Il Cuneo rosso” e do blog internacionalista “Il pungolo rosso”. Foi por muitos anos diretor, na Ca’Foscari, do Master Sull’Immigrazione, a primeira experiência italiana de formação no âmbito da pós-graduação sobre o fenômeno migratório, que teve entre seus palestrantes estudiosos de alto nível de todo o mundo.  É autor e organizador de muitos livros, edições de revistas e ensaios sobre temas da mundialização e do mercado de trabalho, desemprego, organização do trabalho e do tempo de trabalho, “raça” e racismo de Estado, islamofobia, imigração internacional, lutas do proletariado, história do movimento comunista. Algumas de suas obras foram traduzidas em vários idiomas. No Brasil, além de artigos e capítulos de livros, publicou o livro “Tempos modernos, jornadas antigas: vidas de trabalho no início do século XXI”, pela editora da UNICAMP, em 2018.

A sua produção acadêmica e ativismo político concentram-se na crítica marxista do capitalismo e nesta entrevista Pietro nos fala sobre a reprodução social do proletariado hoje no contexto do capital, global e nacional, indicando tendências gerais e contrastando com situações específicas regionais. Sobre a reprodução social da massa de trabalhadores imigrantes que compõem o proletariado, Pietro analisa como “o destino das trabalhadoras e dos trabalhadores imigrantes é o destino de todos”, ou seja, como a inferiorização dos imigrantes fomenta divisões na classe trabalhadora e funciona como alavanca para piorar a condição do proletariado como um todo. Ao mesmo tempo, as lutas dos imigrantes contra a discriminação e o racismo incidem também nas lutas dos trabalhadores em geral. Nosso entrevistado aborda ainda as dificuldades de organização dos trabalhadores italianos, recorrendo a elementos históricos, ao contexto social e político atual e indicando os setores e organizações que, de forma limitada, vêm se constituindo como vanguarda das lutas. Por fim, Pietro é desafiado a pensar sobre um novo Manifesto do Partido Comunista, analisando alguns aspectos, como o nível atual de destrutividade do capitalismo plenamente realizado, a atual composição do proletariado cada vez mais multinacional e multirracial, a crescente composição feminina do proletariado internacional e o vigor da concepção de Marx e Engels sobre a auto-organização da classe, necessária para orientar o protagonismo de massa dos trabalhadores diante das condições atuais.

A entrevista é acompanhada pela tradução do texto original em italiano Quarenta anos de ataques capitalistas: como mudaram a condição e o modo de pensar dos trabalhadores, publicado originalmente na revista Il cuneo rosso.

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Biografia do Autor

  • Adriana D'Agostini, Universidade Federal de Santa Catarina

    Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador/BA. Professora da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis/SC e pesquisadora visitante na Università Ca’Foscari Venezia (Unive) em 2023. Membro do Núcleo de Estudos sobre as Transformações no Mundo do Trabalho - TMT.

    E-mail: d.agostini@ufsc.br

    Lattes: http://lattes.cnpq.br/5137757620645835

    Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1347-4198

  • Célia Vendramini, Universidade Federal de Santa Catarina
    Professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Membro do Grupo de pesquisa TMT - Núcleo de Estudos sobre as Transformações no Mundo do Trabalho. Foi coordenadora do GT Trabalho e Educação da ANPEd no período de 2015 a 2017. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC no período de 2010 a 2012. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1989), Mestrado (1992) e Doutorado (1997) em Educação pela Universidade Federal de São Carlos/SP, Pós-Doutorado pela Universidade de Lisboa (2005) e pela Cornell University (2013). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Trabalho e Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: processos migratórios e escolarização, movimentos e classes sociais, educação do campo. Pesquisadora Produtividade em Pesquisa do CNPq.
  • Mauro Titton, Universidade Federal de Santa Catarina

    Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis/SC. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Florianópolis/SC e pesquisador visitante na Università Ca’Foscari Venezia (Unive) em 2023. Membro do Grupo de Investigação sobre Política Educacional – GIPE-Marx

     

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Publicado

2023-12-11

Como Citar

A REPRODUÇÃO SOCIAL DO PROLETARIADO E A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE – ENTREVISTA COM PIETRO BASSO. (2023). Revista Trabalho Necessário, 21(46), 01-30. https://doi.org/10.22409/tn.v21i46.59596