Miedo, desinformación y vigilancia: la Operación Bienvenida como dispositivo fronterizo

Autores/as

  • Sofia Cavalcanti Zanforlin Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
  • Julia Afonso Lyra Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Laura Santos de Souza Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

DOI:

https://doi.org/10.22409/bs7g2r49

Palabras clave:

Operación Bienvenida; Frontera; Desinformación; Vigilancia; Soberanía.

Resumen

Esta propuesta analiza la Operação Acolhida (OPA) como un dispositivo de frontera, es decir, como una estructura bajo gestión cívico-militar que utiliza tecnologías digitales para controlar, seleccionar y notificar a los migrantes. Desde 2018, la OPA lleva a cabo la documentación, revisión sanitaria y acogida de venezolanos en la región norte hasta su internalización en todo el territorio brasileño. Los mecanismos de control migratorio han sido ampliamente establecidos en el continente europeo (Marino, 2021; Louers, 2023) y en la frontera entre México y Estados Unidos (Miranda, 2022; Miranda, Hernández, 2023), apoyados en discursos que enmarcan a los migrantes como una amenaza a la seguridad nacional.A partir de trabajo de campo y entrevistas con migrantes, responsables de las entidades involucradas y análisis documental obtenido a través de la LAI, buscamos entender la OPA como uno de esos dispositivos que separa la "vida desnuda" para insertarla en otra bios, la mediática o virtual, a través de la cual "busca neutralizar y disolver la comunidad humana, absolutizándose (Sodré, 2021, p. 113). La discusión se centra en la tríada vigilancia, soberanía y desinformación (Cogo, 2022), leyendo la soberanía en términos de las prácticas que pretenden someter a los migrantes a vivir al límite de la vida (Arantes, 2020). A esta política de fabricación de "indeseables" se suma la destrucción de sus posibilidades de autogestión comunitaria, mediante la movilización del miedo de las personas vulnerables, la parcialidad de la información difundida y el ecosistema de falsos discursos que circulan tanto en los medios de comunicación locales como en las redes sociales.

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Biografía del autor/a

  • Sofia Cavalcanti Zanforlin, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

    Pós- Doutorado pela ESPM - SP. Doutora em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011), mestrado em Comunicação pela Universidade de Brasília (2004) e graduação em Comunicação com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (2001). Autora do livro Rupturas Possíveis. Representação e Cotidiano na série Os Assumidos (queer as folk), lançado em setembro de 2005 pela editora Annablume. Atualmente, trabalha com os temas da Migração, Interculturalidade e Comunicação. 

  • Julia Afonso Lyra, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

  • Laura Santos de Souza, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

    Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia (PPGEM), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Graduada no curso de Comunicação Social - Radialismo e Jornalismo pela UFRN.

Referencias

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Publicado

2025-08-29