Miedo, desinformación y vigilancia: la Operación Bienvenida como dispositivo fronterizo
DOI:
https://doi.org/10.22409/bs7g2r49Palabras clave:
Operación Bienvenida; Frontera; Desinformación; Vigilancia; Soberanía.Resumen
Esta propuesta analiza la Operação Acolhida (OPA) como un dispositivo de frontera, es decir, como una estructura bajo gestión cívico-militar que utiliza tecnologías digitales para controlar, seleccionar y notificar a los migrantes. Desde 2018, la OPA lleva a cabo la documentación, revisión sanitaria y acogida de venezolanos en la región norte hasta su internalización en todo el territorio brasileño. Los mecanismos de control migratorio han sido ampliamente establecidos en el continente europeo (Marino, 2021; Louers, 2023) y en la frontera entre México y Estados Unidos (Miranda, 2022; Miranda, Hernández, 2023), apoyados en discursos que enmarcan a los migrantes como una amenaza a la seguridad nacional.A partir de trabajo de campo y entrevistas con migrantes, responsables de las entidades involucradas y análisis documental obtenido a través de la LAI, buscamos entender la OPA como uno de esos dispositivos que separa la "vida desnuda" para insertarla en otra bios, la mediática o virtual, a través de la cual "busca neutralizar y disolver la comunidad humana, absolutizándose (Sodré, 2021, p. 113). La discusión se centra en la tríada vigilancia, soberanía y desinformación (Cogo, 2022), leyendo la soberanía en términos de las prácticas que pretenden someter a los migrantes a vivir al límite de la vida (Arantes, 2020). A esta política de fabricación de "indeseables" se suma la destrucción de sus posibilidades de autogestión comunitaria, mediante la movilización del miedo de las personas vulnerables, la parcialidad de la información difundida y el ecosistema de falsos discursos que circulan tanto en los medios de comunicación locales como en las redes sociales.
Descargas
Referencias
ALBUQUERQUE, Afonso de. Mídia, desinformação política e o desafio da soberania informacional [Entrevista cedida a] Marcela Barba; Fernando Egert. Compolítica, v. 12, n. 3, p. 139-156, 2022.
AGIER, Michel. Refugiados diante da nova ordem mundial, Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 18, n. 2, 2006.CEJA, Iréri. El encanto de la migración: Una etnografía sobre fronteras, interiorización y el gobierno de la migración venezolana en Brasil (Tese de doutorado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2024.
CHAVES, João F C. Humanitarismo, migração e trabalho precarizado no Brasil: em busca dos nexos possíveis. ANAIS 46o Encontro Anual da Anpocs, Campinas, 2022.
COGO, Denise. O papel da migração venezuelana nas eleições brasileiras. Latinoamérica v.1, n.28 dez. 2023. Disponível em: https://latinoamerica21.com/pt-br/o-papel-da-migracao-venezuelana-nas-eleicoes brasileiras/. Acesso: 07 ago. 2024.
COGO, Denise; CAMARGO, João. Migration and the implications of digitalization on the Brazil–Venezuela
border. International Migration, v. 63, e70015, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1111/. Acesso em: 13 de agosto de 2025.
DEMÉTRIO, Natália; BAENINGER, Rosana. Trabalho nos frigoríficos do Brasil: a constituição do precariado migrante e o papel do recrutamento humanitário. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, v. 6, p. 1- 37, 2023. Doi: https://doi.org/10.33239/rjtdh.v6.159.
FAUSTINO, Deivison; LIPPOLD, Walter. Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2023.
FLORIDI, Luciano. The fight for digital sovereignty: what it is, and why it matters, especially for the EU. 2021. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=3827089. Acesso em: 22 out. 2024.
FOUCAULT, Michel. O nascimento da biopolítica. Lisboa: Edições 70, 2010.
KNOWLES, Caroline. Nas trilhas de um chinelo: uma jornada pelas vias secundárias da globalização. São Paulo, Editora Annablume, 2017.
KWET, Michael. Digital colonialism: the evolution of US empire. 2021. Disponível em: https://longreads.
tni.org/digital-colonialism-the-evolution-of-us-empire. Acesso em: 24 out. 2024.
LEURS, Koen. Digital Migration. Londres: Sage Publications, 2023.
MADIANOU, M. The biometric assemblage: surveillance, experimentation, profit, and the measuring of refugee bodies. Television & New Media, v. 20, n. 6, p. 581-599, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1177/1527476419857682.
MADIANOU, M. Humanitarian campaigns in social media: network architectures and polymedia
events. Journalism Studies, v. 14, n. 2, p. 249-266, 2013. Disponível em: http://dx.doi.
org/10.1080/1461670X.2012.718558. 16 Contracampo, Niterói, v. 44, n. 2, mai/2025-ago/2025, pp. 01-17, 2025
MARINO, Sara. Mediating the Refugee Crisis: Digital solidarity, Humanitarian Technologies and Border
Regimes. Londres: Palgrave Macmillan, 2021.
MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. São Paulo: N-1 edições, 2020.
MEZZADRA, Sandro. Multidão e Migrações: a autonomia dos migrantes. Rio de Janeiro: Revista Eco-Pós, n. 15, 2012.
PEREIRA, D. JANOT, M; FREIXO, A. Humanitarismo como ativismo político militar brasileiro. Tensões Mundiais, Fortaleza, v. 18, n. 37, p. 81-106, 2022.
POLIDO, Fabricio Bertini Pasquot. Estado, soberania digital e tecnologias emergentes: interações entre direito internacional, segurança cibernética e inteligência artificial. Revista de Ciências do Estado, Belo Horizonte, v. 9, n. 1, p. 1–30, 2024. DOI: 10.35699/2525-8036.2024.53066. Disponível em: https://
periodicos.ufmg.br/index.php/revice/article/view/e53066. Acesso em: 20 out. 2024
RECUERO, Raquel. A guerra da vacina: o ecossistema desinformativo. Medium, 28 jan. 2022. Disponível em:
https://medium.com/@raquelrecuero/a-guerra-davacina-o-ecossistema-desinformativo-feb84e94bc7e.
Acesso em: 6 maio 2025.
RECUERO, R., & Soares, F. (2021). O Discurso Desinformativo sobre a Cura do COVID-19 no Twitter: Estudo
de caso. E-Compós, 24. https://doi.org/10.30962/ec.2127. Acesso em: 06 de maio de 2025.
SOARES, Felipe Bonow et al. Desinformação sobre o Covid-19 no WhatsApp: a pandemia enquadrada
como debate político. Ciência da Informação em Revista, v. 8, n. 1, p. 74-94, 2021.
SODRÉ, Muniz. A sociedade incivil: mídia, iliberalismo e finanças. Petrópolis: Vozes, 2021.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis: Vozes, 2014.
VASCONCELOS, Iana. “Desejáveis” e “indesejáveis”: diferencialidades e paradoxos no acolhimento de
venezuelanos/as em Roraima e no Amazonas (Tese de doutorado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 2021.
WARDLE, C.; DERAKHSHAN, H. Information disorder: Toward an interdisciplinary framework for research
and policy making. Report. Strasbourg: Council of Europe, 2017.
ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância. 2019. Disponível em: https://nae.com.pt/wp
content/uploads/A-Era-do-Capitalismo-de-Vigilancia-Shoshana-Zuboff.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Sofia Cavalcanti Zanforlin, Julia Afonso Lyra, Laura Santos de Souza

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Os autores retêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de publicar o seu trabalho pela primeira vez sob a licença Creative Commons (CC-BY), que permite o intercâmbio de obras e reconhecimento de autoria na revista.