A produção do texto escrito e o governamento de corações e mentes
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/2025/v37/68117Palavras-chave:
escrita, produção de subjetividade, experiênciaResumo
O artigo discute a produção do texto escrito a partir da educação escolarizada e sua relação com o controle e o governo das subjetividades. Este governamento é favorecido pela articulação entre os campos jurídicos e pedagógicos, responsável por instalar o modelo dos tribunais em diversos âmbitos. A análise desta articulação indica como a lógica jurídica se vale das subjetividades construídas pela educação, assim como os processos pedagógicos são investidos pelo pensamento jurídico, via julgamento, punições e disciplina. Discute-se como, no desdobramento sobre a produção escrita, as práticas pedagógicas orientadas pela meritocracia e pela classificação impõem aos estudantes um modelo de escrita que serve à reprodução e à lógica recognitiva, inibindo a criação de textos livres. Por outro lado, o trabalho com a produção textual a partir de elementos estéticos, como poesia, música e cinema, objetiva despertar a atenção para o sensível, incentivando a liberdade da escrita e a subjetivação das experiências vividas na formação. Conforme o relato de estudantes de uma disciplina do curso de Pedagogia, estas estratégias se mostram promissoras.
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