Entre super queens, a estética camp e o darkroom explorando os enunciados discursivos eróticos de Super Drags da Netflix
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Resumo
A arte drag desconstrói normas de gênero por meio da hiperbolização ou sátira de traços culturais associados ao feminino e ao masculino. Embora as drag queens tenham alcançado maior visibilidade no mainstream cultural, os drag kings ainda enfrentam invisibilidade e falta de reconhecimento, mesmo também subvertendo estereótipos e questionando marcadores sociais como gênero, raça e classe. Ao longo do tempo, a estética camp e a hiperfeminilidade, que muitas vezes cativam a audiência pelo desejo erótico, tornaram-se centrais nas performances das queens. Por isso, é enriquecedor observar como um produto cultural audiovisual contemporâneo articula a representação das queens de forma humorística ao passo que dispõe concomitantemente de um discurso erótico. Neste contexto, este artigo analisa discursivamente os enunciados eróticos nos cinco episódios da primeira temporada de Super Drags, animação lançada pela Netflix em 2018, fundamentando-se na Análise do Discurso de linha francesa. Os resultados indicam que a formação discursiva erótica se conecta a sentidos relacionados aos discursos LGBTQIAPN+ e religiosos. Ademais, ao empregar humor, ironia e estereótipos hiperbolizados, Super Drags promove resistência e empoderamento.
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