Entre super queens, a estética camp e o darkroom explorando os enunciados discursivos eróticos de Super Drags da Netflix

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Claudinei Lopes Junior
https://orcid.org/0000-0002-5091-9037

Resumo

A arte drag desconstrói normas de gênero por meio da hiperbolização ou sátira de traços culturais associados ao feminino e ao masculino. Embora as drag queens tenham alcançado maior visibilidade no mainstream cultural, os drag kings ainda enfrentam invisibilidade e falta de reconhecimento, mesmo também subvertendo estereótipos e questionando marcadores sociais como gênero, raça e classe. Ao longo do tempo, a estética camp e a hiperfeminilidade, que muitas vezes cativam a audiência pelo desejo erótico, tornaram-se centrais nas performances das queens. Por isso, é enriquecedor observar como um produto cultural audiovisual contemporâneo articula a representação das queens de forma humorística ao passo que dispõe concomitantemente de um discurso erótico. Neste contexto, este artigo analisa discursivamente os enunciados eróticos nos cinco episódios da primeira temporada de Super Drags, animação lançada pela Netflix em 2018, fundamentando-se na Análise do Discurso de linha francesa. Os resultados indicam que a formação discursiva erótica se conecta a sentidos relacionados aos discursos LGBTQIAPN+ e religiosos. Ademais, ao empregar humor, ironia e estereótipos hiperbolizados, Super Drags promove resistência e empoderamento.

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Seção

Dossiê - Artigos

Biografia do Autor

Claudinei Lopes Junior, Universidade de São Paulo/Doutorando

Doutorando em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Mestre em Ciências da Comunicação pela mesma instituição (2023). Mestre em Média e Sociedade (2019) pelo Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) e graduado em Comunicação Organizacional (2020) pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Participou da mobilidade acadêmica a fim de obter dupla diplomação numa instituição de ensino superior de Portugal (2018/2019). Experiência como professor de língua estrangeira. Tem interesse em pesquisa na área de Comunicação, com ênfase nos assuntos referentes à imagem e narrativas (Fotografia, Cinema, Televisão, Animação e Publicidade), Estudos de Gênero, Estudos Feministas, Estudos Queer e Estudos Decoloniais. É membro do GELiDis - Grupo de Pesquisa Linguagens e Discursos nos Meios de Comunicação (ECA-SP). Também é co-fundador da Cacto Comunicação - Empresa Júnior de Consultoria em Comunicação e Marketing da UTFPR e exerceu a função de diretor de Gestão de Pessoas na EJ no período de 2017/2018.

Como Citar

Entre super queens, a estética camp e o darkroom: explorando os enunciados discursivos eróticos de Super Drags da Netflix. A Barca, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 64–88, 2025. DOI: 10.22409/6ktrkr68. Disponível em: https://www.periodicos.uff.br/abarca/article/view/65683. Acesso em: 9 dez. 2025.